Depois da rebeldia da adolescência, da vontade de abraçar o mundo com liberdade, de alçar seu primeiro voo em busca de realização, de conquistar o próprio espaço, você olha para trás e até percebe que verteu e deixou lágrimas pelos caminhos. Não foram lágrimas de tristeza, mas de saudade. Saudade da casa da mãe.
Quando tropeça, se frustra, se perde, parece ouvir aquela conhecida voz a lhe dizer: volta, a casa será sempre sua, estou aqui.
Aquela casa tem cheiros e sabores especiais. É ponto de encontro em muitas datas e, mesmo que não esteja lá, fisicamente, seus pensamentos conseguem acompanhar todos os movimentos, todas as vozes, todo o acolhimento que ela oferece. E por vezes incontáveis você desejou estar lá, contando seus progressos e fracassos ou, simplesmente, ficando em silêncio, para absorver a paz que aquele lugar lhe proporciona.
Casa de mãe é paraíso que não foge, que não se distancia, que não tem portas fechadas. Seja grande, pequena, minúscula, abriga todos os filhos e agregados, ainda que embolados. Não faltam lençóis limpos, panelas fumegantes no fogão, um doce preferido, um sorriso amigo. É a casa da verdade, das origens, dos valores, do amor. Ali, não importa o eventual descascado das paredes, o chuveiro que falha, a ausência de aparelhos modernos e sofisticados como os que você tem em sua própria casa. Ali, mora a simplicidade de uma convivência que não se perde no tempo e na distância.
Aquela é a casa do amor e não subsiste apenas como casa, mas como abrigo de um grandioso coração. E quando ele para de bater, tudo perde o sentido. Não há mais reuniões, mais braços abertos, mais aconchego. Vira apenas uma casa, como qualquer outra, já que deixa de ser o conhecido símbolo de uma proteção indestrutível e da primeira felicidade familiar.
Marilene
Querida amiga Lena, boa noite de domingo!
ResponderExcluirNormalmente as pessoas têm boas lembranças da casa onde viveu a infância e para lá volta sempre que precisa de colo, quando cresce.
Sua crônica está revestida de Amor, de experiências boas, (na certa), como é o normal.
Muito sentimental e permeada de afeto.
Feliz de quem tem uma casa assim para se transportar quando ela não mais existe.
Muito bonita sua crônica.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinho💐
Te li com prazer e termino emocionada...
ResponderExcluirEssas saudades são grandes demais e existem... Pena que acabam essas casas... Adorei! beijos, tudo de bom,chica
Descreveste com arte e sensibilidade essas saudades especiais com as quais nos habituamos a conviver diariamente.
ResponderExcluirCasa de mãe é um ninho único onde o amor, carinho e consolo são permanentes e, por isso, as suas recordações são calorosas e emocionantes.
Gosto muito de te ler, Marilene. Já te tinha dito?
Tem um semana leve e jovial. Beijos, querida amiga.
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Muito bom, Marilene! Depois de 99 anos conosco, a minha mamãe se foi há dois anos. Acreditas que ainda não consegui voltar à casa? Como dói a saudade! Meu abraço, boa semana.
ResponderExcluirBelo e verdadeiro texto Marilene. Lembrei-me da minha querida e inesquecível MÃE. Uma casa que para os filhos, não faltava nada, tinha de tudo.
ResponderExcluirAbraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Bah, Marilene, quanta sensibilidade a tua, você dá o
ResponderExcluirtempero na hora e na medida certa. Lendo tua excelente crônica me deu muita saudades dos meus pais, das minhas raízes, parece que ficaram lá na casa da infância, da adolescência onde não tínhamos a preocupação de proteger, pois os filhos eram protegidos. É o ciclo da vida...
Uma boa semana, querida,
beijo!
Casa de mãe é aconchego e amor.
ResponderExcluirVocê escreveu lindamente aqui, Marilene.
Adorei ler a sua crônica.
Tenha uma abençoada semana.
Beijinhos
Verena
Um belo e sentido texto, que me fez bater aqui uma saudade...
ResponderExcluirBeijinho e tudo de bom!
Querida Marilene
ResponderExcluirNeste seu texto diz tudo o que representa
a Casa da Mãe. É aconchego, é alegria,
é confiança na hora de chegar e ver a porta
franqueada. São os cheiros, a comidinha
preferida, a cama feita de lavado, enfim tudo
o que nos dá a sensação de protecção
e bem-estar.
Bom domingo e tudo de bom.
Beijinhos
Olinda
Meu abraço e boa semana, amiga. Aguardo o próximo post.
ResponderExcluirBoa tarde Marilene
ResponderExcluirA sensibilidade aliada à saudade essa palavra tão portuguesa e que a autora definiu muito bem neste admirável texto.
Gostei muito de ler.
Boa semana com saúde e paz.
Um beijo
:)