10 setembro 2015

A VIAGEM

(arquivo pessoal)
                 
                                         

Saímos de casa com antecedência suficiente. Dizem por aqui que "mineiro não perde trem", mas não contávamos com o enorme congestionamento que nos esperava. Assim, chegamos ao aeroporto em cima da hora, já ouvindo: "embarque imediato para o voo..." Não houve tempo sequer para um café.

Logo que nos acomodamos, pedi, gentilmente, ao comissário, um copo de água para tomar um remédio. Não consigo voar sem um ansiolítico (rss), em razão de trauma ainda não superado. Ele me olhou de maneira fria e não pronunciou uma das frases costumeiras, como: "pois não", "vou providenciar" ... Com aquela conhecida expressão de indiferença, se afastou. Fiquei sem saber se seria atendida. Algum tempo depois ele me trouxe a água. Agradeci e o vi se afastar com o mesmo rosto inexpressivo. Os comissários costumavam ser mais delicados. Parece que o vírus da indiferença se alastrou, irremediavelmente.

O tempo de voo seria curto e após a decolagem começaram a movimentar o carrinho de lanche. Confesso que nos surpreendemos ao receber um copo com água e um mini saquinho com bolachas. Vi que possuíam café, refrigerantes, salgados... e perguntei se me poderiam servir um café.  Três reais, me respondeu a comissária. Se for com leite, cinco reais. Puro, afirmei. A senhora tem o valor trocado? questionou ela. Por acaso, possuía, mas notei que outros passageiros faziam uso do cartão de crédito. Minha viagem anterior se deu há apenas alguns meses e estranhei os novos procedimentos. Entendo que, se não podem servir aos passageiros, gratuitamente, o que exibem, não deveriam fazê-lo, ficando a cargo de quem deseja algo, pedir. Tempos de crise???

Rapidamente, passaram a recolher os copos, já que, em um voo tão curto, se demorarem vendendo produtos não terão condições para chegar aos últimos lugares, a fim de brindar os passageiros com água.

O comandante iniciou as recomendações de praxe, alusivas à aterrissagem, e o avião começou a descer. Repentinamente, arremeteu, nos assustando. Explicou ele que estava chovendo muito e não havia condições para o pouso. A traumatizada aqui (kkk) ficou impassível. Minha irmã, conhecedora do medo que me consome, brincou: melhor dormir enquanto ele passeia, já que nos levantamos muito cedo. Dormir????? Eu olhava pela janelinha procurando um pouco de azul, mas nada encontrei além de névoa e escuridão. Passado algum tempo, que não se consegue precisar nessas situações, o céu se tornou visível e a descida recomeçou. Pouso tranquilo.

E lá estávamos nós, na cidade praiana, pegando chuva (rsss). Que coisa! Seriam assim nossas férias????? Mas como diz o velho ditado, "nada como um dia após o outro". E o outro despertou ensolarado, abrindo para nós seus braços acolhedores.


                                                                        Marilene



18 comentários:

  1. Puxa, desde o congestionamento até o serviço no voo, até arremeteu o avião? Credo.Imagino o susto!

    Mas enfim, após a saudação da chuva no primeiro dia, o sol brilhou e as férias foram merecidamente aproveitadas!

    Valeu e te ler foi lindo, nos faz sonhar com as próximas férias...


    bjs, tudo de bom,chica

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  2. Minha querida amiga, que saudades dos seus textos e das suas belas fotos.
    Vejo com prazer que a indiferença, a falta de profissionalismo (lamentável) e chuva inicial não estragou as vossas férias.
    As minhas foram curtas mas com saúde felizmente.
    Beijinho com carinho

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  3. Marilene, como sempre é atras do mau tempo que o bom tempo vem. Já agora conto a o do meu recente batismo de voo, Viagem ao Brasil por sinal. agora só me faltará viajar de camelo. Até agora, de barco era a minha viagem preferida. Passou a ser de avião. Depois me Aconteu algo de extraordinário, o que tinha como patologia de estimação, chegou completamente curada. Coisa inesperada, deixei de ter a noção de desiquilibrio, que um neurologista na televisão me vaticinara, para sempre em virtude de ter sido operado ao cerebelo.
    Bendito Brasil e benditos aviões!
    beijos

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  4. Oi Marilene, que "recepção" hein? Ainda bem que o mau tempo voltou atrás, e resolveu
    fazer-lhe uma bela saudação calorosa! rsss...
    Mas tudo é bom quando estamos passeando!
    Um grande abraço com carinho,
    Mariangela

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  5. Ainda bem que o Sol apareceu . Férias com chuva é muito desagradável !

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  6. É aborrecido fazer viagens com chuva, mas ainda bem que o astro rei apareceu.
    Um abraço e bom fim de semana.

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  7. Que bom que tudo passou e que as férias forma maravilhosas.
    Um abraço cara amiga Marilene e felicidades.

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  8. No embalo da tua fina


    Às vezes é preciso acordar o silêncio da memória
    Ou esperar pelo adormecimento inadiável
    Com o gesto sereno e demorado da ternura
    Com o acordar do amor rompendo o improvável

    Passei para te desejar um radioso fim de semana

    Doce beijo

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  9. prevejo emoções em tuas férias... rss

    "contas" muito bem.

    amei o texto

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  10. Bom dia de domingo ,vim te visitar deixar um
    abraço pelo seu carinho, e amizade, mais uma
    vez elogiar o que sempre tem de bom por aqui
    Que sua semana comece cheia de alegria e muita paz

    Bjussss

    └──●► *Rita!!

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  11. Adorei o relato, mana-rsrs.
    Bem que fiquei preocupada, por você, quando percebi que o avião estava subindo novamente-rs.
    Estranho que os comissários de bordo já não sejam tão gentis como antes. Estariam insatisfeitos com o trabalho ou a remuneração? Não tenho noção de quanto ganha um comissário de bordo. Antigamente, era uma profissão de status, hoje, nem tanto. Pelo preço das passagens aéreas penso que o serviço de bordo poderia ser de melhor qualidade e gratuito. Enfim, a crise está por todo lado...

    Ainda bem que, no final, tudo deu certo e o passeio foi maravilhoso.

    Beijo.

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  12. Olá Marilene,
    Ainda bem que após a tempestade,
    sempre abre um belo sol né?!
    Quanto aos comissários de bordo,
    uma pena esse, ter agido com indiferença.
    E os lanches, mesmo em voos curtos,
    bem que poderiam ser bons e gratuitos...rs
    Beijos!

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  13. Oi Marilene!
    Que crônica deliciosa de ler...
    Respeitando os teus receios, mas o teu senso de humor é luminoso e
    com são belos os teus escritos!
    Linda parceria com a tua irmã...
    Fico alegre com a tua volta, estava com saudades.
    Bjos.

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  14. Infelizmente nem sempre encontramos gentileza e sorriso à nossa volta.
    Que bom as férias terem sido agradáveis,uma pausa sempre renova- nos as energias.
    Abraços, Sonia

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  15. Bela crônica, repleta de sentimentos provocados pelo momento de tensão que foi ultrapassado. bjs

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  16. OI Marilene gostei da crônica do voo...Já não se fazem mais voos como antigamente ,pela VARIG, em que nos eram servidas refeições completas em grandes bandejas, e regadas de vinho ou outras bebidas. Tb ao sairmos levávamos um kit de petiscos e bebidas, nossa era bom demais.
    Infelizmente , o capitalismo selvagem está levandoaos poucos até a delicadeza no atendimento...
    Aquele abraço e venha me visitarse quiseres.

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  17. Soube-me muito bem ler este teu relato! Acompanhei-te...
    (Sobre os "novos procedimentos", de facto, já nada é como era!)
    Bjo, querida :)
    (Muito grata pela paciência na leitura do meu conto e gentil comentário, Marilene)

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  18. Então já voltou, vi pela Verinha! Mas Marilene, tua narrativa sobre o comissário e as bolachinhas... rsssss lembrei da nossa antiga Varig, que luxo! O que serviam! Agora temos de pagar, é? Coisa de louco... Que coisa mais feia. Minha última viagem ainda davam coca e as bolachinhas, de graça! rss
    Mas ainda bem que valeu, mesmo chegando lá com chuva...
    Beijos!

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