03 agosto 2011

QUERO MATAR O LEÃO

                                                                                                                                     
Em um país onde os impostos crescem mais que as flores, que as nossas aspirações, que as plantações necessárias a nossa sobrevivência, ainda temos que conviver com o leão. Ele abocanha sem dó um pedaço de tudo que adquirimos e tem uma saúde de ferro. Nossos sonhos fenecem, as flores se renovam, as plantações sofrem com as intempéries, mas ele continua firme e cego aos nossos percalços,  perseguindo-nos, sem cansaço. Eu o vejo como um inimigo declaradamente hostil. Como pobre mortal, não tenho como lutar contra esse animal feroz, tratado com carinho pelos que detêm o poder.

Venho brigando com ele desde 2009 e, hoje, perdi a batalha. Não se pode vencer uma contenda judicial sem que ele surja, imediatamente. Tem tanta fome que, além de marcar presença e tomar uma parte do que recebemos, ainda fica à espreita, aguardando o momento de nossa declaração de rendimentos. Aí, vem ele, outra vez, com um grande sorriso, querendo mais e mais. Na justiça, incrivelmente, fazem um abatimento que a Fazenda não considera suficiente. E ao declararmos, o cálculo judicial é ignorado e temos que fazer outro, para satisfazer o leão.


                                                           

Caí nessa situação e, ainda por cima, o contador (que eu julgava competente) cometeu um equívoco, abatendo contribuições previdenciárias pagas pelo empregador, no processo judicial. Ele entendeu, como qualquer cidadão (mas sua função não o permitia), que valores descontados de meu crédito teriam constituído pagamento feito por mim. Isso seria o justo, mas existe uma larga distância entre o justo e o legal. E me criou um problema, porque os valores que o leão quer engolir ainda deverão ser acrescidos de mais alimento (juros), já que não se satisfaz com pouco.

Só nós, que não temos como esconder ou camuflar qualquer rendimento, vivemos esse tipo de situação. Os reais fraudarores permanecem tranquilos, usufruindo seus ganhos "desconhecidos" para a Fazenda, mas presentes em suas "pequenas" aquisições patrimoniais, viagens internacionais, estilo de vida.


                                                      

Há muito que se reclamar em termos de injustiças sociais, no Brasil. E nada muda. Os governantes preferem investir em obras que lhes possibilitem auferir algum rendimento pessoal. Todas as falcatruas já do nosso conhecimento só não nos deram a conhecer as indispensáveis punições. Por que será???  Culpa-se o voto inconsequente, mas quando chegam as eleições encontramos as mesmas pessoas a se candidatar. Infelizmente, o povo fica entre a cruz e a espada. E acaba optando pela arma que, em princípio, lhe provocará um ferimento de cicatriz menor.



6 comentários:

  1. Entendo perfeitamente sua indignação pois é a minha também. Que país é esse? Só temos deveres e obrigações, benefícios ... nenhum!!!!

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  2. os impostos crescem mais que as flores, nunca tinha pensado nisso.

    maior de todas as injustiças.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Marilene,
    Estava testando como remover a postagem. Tão fácil! A lixeira fica do lado do comentário já postado. (rsrsrs).
    Bom, vamos ao post:
    Partilho de sua indignação. Não me importaria com o abuso se visse que o dinheiro arrecadado estivesse sendo revertido a favor do povo, principalmente nas áreas da saúde e da educação. Veja o estado de nossas estradas!
    Mas, indignados ou não, o leão não cochila em serviço.
    Beijos.

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  5. OI MARILENE!!!
    MATA ESSE LEÃO E CRUZA O ATLÂNTICO, E VEM DECAPITAR O QUE VIVE CÁ EM PORTUGAL. NÃO É PUXAR BRASA À SARDINHA, MAS AQUI MINHA QUERIDA, SÓ FALTA PAGAR IMPOSTO PARA RESPIRAR. SE DUVIDARES, ENVIA TEU ENDEREÇO E TE COLOCO COM AS FINANÇAS DE CÁ. TEM UM ÓPTIMO DIA E OS MEUS BEIJOS DO LADO DE CÁ DO MAR, DESTE RECTÂNGULO À BEIRA MAR ENCRAVADO. BEIJOS...

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