05 agosto 2011

DISTRAÇÕES PERIGOSAS

                                                          

Mesmo diante da insegurança que nos ronda, no tocante a assaltos e outras violências, continuamos muito distraídos. Temos sempre a sensação de que nada acontecerá conosco. Digo isso por uma situação que vivenciei hoje. Depois de dar umas cinco voltas em um quarteirão, tentando vaga para estacionar, resolvi esperar que saísse um dos carros, já que o motorista o mantinha funcionando. A vaga era diante de um belo edifício, onde nunca havia estado. Quando descia do carro, na porta do prédio, um rapaz saía. Gentilmente, segurou o portão aberto e perguntou se eu ia entrar. Afirmei que não e continuei meu caminho, pensando no quanto ele fora inconsequente. Assassinos, ladrões e sequestradores não têm biotipo definido. E, na maioria das vezes, chegam assim, tranquilamente, como alguém que nos parece familiar ou cuja aparência não nos assusta. Eu poderia estar ali para facilitar a entrada de alguém e ainda contaria com o beneplácito de um morador sem maldade.

Há um tempo atrás, quando morava em SP, fui visitar uma grande amiga e, quando chegava ao portão de acesso, um homem saía. Pedi que me aguardasse e não o fechasse, dizendo onde pretendia ir. Ele, então, me falou que pedisse a minha amiga para abrir, novamente, a porta, porque ia fechá-la. Nem se preocupou com o mal estar que seu comportamento me causou. Fiquei revoltada com sua indelicadeza, sentimento  partilhado por minha amiga,  que logo desejou saber quem era, para reclamar. Ação de momento, porque depois conversamos e concluimos que ele estava certo. O prédio não contava com porteiro durante o dia e seria irresponsabilidade de um morador permitir a entrada de uma desconhecida. Está certo que agiu, realmente, de forma desagradável. Poderia ter sido mais atencioso. Acontece que cada um tem uma estória de vida e ele, provavelmente, guardava desconfianças oriundas de algum outro fato.

No prédio onde resido, fecho, imediatamente , o portão, ao sair. E ainda observo se alguém vai tentar entrar pela garagem, aproveitando-se da saída de algum carro. Tenho o mesmo procedimento ao chegar e, por várias vezes, acionei o controle quando outro morador já se preparava para entrar. Não dá para sabermos quem é, pois hoje quase todos os carros estão com insufilme. Nem o porteiro, utilizando-se do monitor, o consegue. Pode identificar o veículo, nunca o motorista. Sempre peço desculpas quando isso acontece, mas percebo que todos entendem. É questão de segurança.


                                                                 

Creio que acabamos facilitando a ação de criminosos, até com atos de delicadeza. Quando eles tinham aparência de "bandidos", era mais fácil (rss). Hoje, são sedutores e encantadores, o que possibilita tenham pouca dificuldade para abordar alguém ou entrar e sair de qualquer lugar.



15 comentários:

  1. a violência crescente assusta, nós tornamos reféns da segurança, vivemos rodeados de correntes e cadeados, alarmes, pra ter entre as grades momentos de tranqüilidade, mesmo sendo um sossego inquieto, desassossegado... muito bom este teu texto mar_lene, o que mais assusta é saber que a violência esta em todos lugares e com ela, arrasta a nossa qualidade de vida.

    beijinhos amiga,

    uma linda madrugada e uma sexta sensacional pra ti...

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  2. Acontece mesmo amiga e outro problema serio e a questao da falta de vagas de estacionamento hoje em dia.
    Beijos,
    Carla

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  3. Entendo bem o que você disse, pois já fui assaltada por dois indivíduos, que jamais diríamos serem assaltantes olhando sua aparência. Infelizmente precisamos deixar a delicadeza e a educação de lado para pensarmos mais na nossa segurança. C'est la vie.
    Bj.

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  4. Olá,Marilene!!

    É triste isso,né?! Acaba se perdendo muito da gentileza, mas infelizmente é mais seguro!
    Beijos pra ti!

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  5. Percebo bem o que fala Marilene. Na garagem do meu prédio, embora com segurança, já entraram várias vezes, mesmo pela porta do prédio, infiltram-se nas garagens e depois praticam os assaltos.Um terror. Nunca é demais alertar.

    Tenha um excelente fim de semana.
    oa.s

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  6. Isso é verdade mesmo Mari... nossas distrações perigosas são mesmo um perigo!
    Tenho dessas...e muitas,mas procuro me policiar também!
    Ótimo tema,adorei.
    Beijos e bom fds

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  7. Vivemos em constante alerta e cheias de apreensões! Nem sei até onde todo esse stress vai nos levar!
    Espero você no ProjetandoPessoas!
    Um excelente final de semana!
    bjs Sandra
    http://projetandopessoas.blogspot.com//

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  8. Olá, Marilene. Estou feliz por estar aqui! Belas postagens. Gostei muito dos textos, vc tem senso de justiça e é antenada! passarei sempre por aqui.. Deixo um grande abraço e bjs com carinho. Tenha um lindo fim de semana!!

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  9. Mari, como eu não tinha vindo aqui antes? Não sei... mas adorei :)

    Amiga, hoje em dia temos que desconfiar até da nossa sombra mesmo quando ela tá com cara de fofinha pra nós. Nessa de sermos gentis(ingênuos) podemos deixar um bandido entrar em nosso ap.

    bjokitas com carinho pra ti!!!

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  10. OI MARILENE!!!
    INFELIZMENTE, HÁ QUEM AINDA DIGA, QUE ISTO QUE DESCREVES, É UM MAL DO PROGRESSO. NA MINHA OPINIÃO, ESSES INDIVIDUOS DEPOIS DE APANHADOS, DEVERIAM SER ERRADICADOS, ELIMINADOS, COMO FAZEMOS A UM DENTE, QUANDO VAMOS AO DENTISTA.
    TAMBÉM DO LADO DE CÁ, SOFREMOS DO MESMO MAL. TEM UM BOM FIM DE SEMANA. RECEBE BEIJOS DOCES, DESTE LADO DO MAR...

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  11. Pois é, há muitos anos atrás um tio meu dizia e nós não entendíamos, que no futuro os ladrões e corruptos estariam soltos e nós viveríamos com medo em meu as grade. Hoje posso entender o que ele dizia e quando criança achávamos que era louco e sorríamos. Bjos.

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  12. Marilene,
    Realmente, estamos vivendo com medo até de nossa
    própria sombra. A ameaça de perigo está por toda
    parte. Nem posso ver um motoqueiro encostando no meu carro que já fico em estado de alerta.
    Beijokas.

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  13. Não dá mesmo pra facilitar quando o assunto é segurança.
    Cadinho RoCo

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  14. Marilene,

    Passei aqui cedo,li o texto, mas não tive tempo de comentar.
    Confesso que fiquei um pouco triste com esse relato.
    Estou longe do Brasil há dois anos, e a violência já estava num ponto insuportável. Não gosto de ler as notícias, mas as vezes, é necessário.
    Vivo num país, onde a polícia anda sem arma de fogo. Posso sair nas ruas com joias, dinheiro etc. Deixo as minhas coisas no carro, e quando volto, elas continuam lá. Claro que acontece, mas são casos tão isolados, que a porcentagem é mínima, comparando com o que está acontecendo em nosso país.
    Fico pensando, como será o meu comportamento ao visitar a minha Terra Adorada. Será que o medo vai me deixar circular livre pelas ruas de minha cidade e meu bairro?
    Não posso entender como um país que tem tudo pra ser um dos melhores do mundo chegou à esse ponto. Uma pena. Esse povo não merece!
    Vamos pedir a Deus, dias melhores para a Pátria Amada.
    Tenha um abençoado Domingo.

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  15. Lene, vc relatou muito bem situações corriqueiras, conhecidas de todos nós... vivemos assim, assustadas, desconfiadas...

    Sabe que ao final vc me arrancou um sorriso? é... fechou romanticamente... (bandidos sedutores, encantadores... my God! só vc!)
    Bjs!

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