24 março 2011

BRILHO NOS OLHOS?? AMOR!




Os olhos falam tudo. Algumas vezes ficamos um longo tempo sem encontrar uma amiga e quando a vemos percebemos, de imediato, que ela está diferente. Seus olhos apresentam um novo brilho. Mesmo que diga não haver novidades para contar, sabemos que existe algo por trás daquele olhar significativo.

Primeiro, a luz que dele vem. Se observarmos melhor, encontraremos outros sinais. Ela está mais bonita, mais radiante, mudou o estilo de se vestir, anda com mais segurança, sorri mais e até dá gargalhadas ao ouvir um fato engraçado que, em outros tempos despertaria apenas um risinho sem sabor de alegria.

Não é preciso pesquisar muito para advinharmos o que está acontecendo com nossa amiga : ela está amando.  O amor torna as pessoas transparentes. É um sentimento que ninguém consegue esconder. Poucas coisas incomodam as pessoas enamoradas e que encontraram reciprocidade nesse afeto. Todas as estações do ano lhe parecem belas. Passam a admirar as gotas da chuva nas folhas das plantas, um céu estrelado que nem notavam, a luz do dia, uma criança que brinca. Tudo vira inspiração poética.



O amor é um estado de graça e enche de graça todas as coisas. Os apaixonados ficam até mais gentis, mais comunicativos, mais dispostos ao perdão. Pequenos desafios nem os incomodam, já que se sentem capazes de vencer os obstáculos , de pular muros, de realizar tarefas antes vistas como incômodas e verdadeiramente chatas. Estão dispostos a viver, estão felizes e, enquanto dura essa paixão, podem ser diferenciados em uma multidão.

Ah! O amor! Inspiração  para músicos e poetas. Cantado através dos tempos e jamais esquecido. Felicidade para quem o vive, ainda que efêmera, e uma busca, às vezes desenfreada, para quem o deseja. Mas ele chega sem alarde, surpreende, não tem forma e nem corresponde a ideais pre-definidos. Só se mostra e se instala se encontra terreno propício. É necessário que tenhamos a porta aberta, porque ele gosta de entrar devagarinho, sem esforço. E para ficar, tem que ser tratado como a uma visita inesperada e querida, com renovação diária, com aceitação sem submissão, com disposição para o desconhecido... e com imensa capacidade de perdão.

( foto escultura- Marilene)
                                               
Gosto muito da frase de Oscar Wilde, in De Profundis, que a seguir transcrevo:

" Não me importaria nada de dormir sobre a erva fresca, no verão, e quando viesse o inverno, de me abrigar junto do feno quente de um celeiro, ou no luxo de um estábulo, desde que tivesse amor no coração."

Viva o amor, com seus altos e baixos, mas não fuja dele por medo, ou acabará por se lembrar da colocação de Carlos Drummond de Andrade:

" A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoista que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

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