14 setembro 2022

E ESTAMOS ABRAÇANDO A PRIMAVERA

                                                              (Vladimir Kush)

                                                        


Meu sonho de consumo para hoje é o balanço em uma rede, em varanda frente ao mar. Não precisaria música porque é grande o deleite que o canto das águas oferece. Ali, com pouca roupa, poderia saborear a brisa e enveredar no mundo dos sonhos. Um paraíso, né? Mas tenho que estar aqui, entre prédios, suportando um abafamento sem igual. O calor e a baixa umidade do ar me deixam com a garganta seca e , com todas as janelas abertas, não posso fugir do pó, que sempre aparece, de forma invisível, me fazendo tossir. Essas questões sobre o aquecimento global e o descaso como a matéria é tratada me vêm à mente. O desequilíbrio climático provocado, entre outras causas, pelo desmatamento, me faz sonhar em morar na praia ou em uma casa campestre. Simples sonhos, sei bem, pois sou urbana. Esses lugares vislumbro como fontes de relaxamento temporário.

Enquanto estou aqui, diante do computador, percebo que a máquina de lavar parou de funcionar. Hora de estender a roupa no varal. Isso me faz lembrar do blog da Chica, com a palavra esturricada, pois é assim que me sinto. Não me dou bem com ar condicionado, nem ventiladores. Nem sei porque compro carro com o equipamento, já que não o uso, embora o mantenha sempre em condições para isso.

E ainda me lembro que tenho que elaborar uma peça jurídica. Aposentados não ficam livres de trabalho, só que o fazem sem remuneração. Há sempre alguém da família ou amigo que precisa de orientação. E o aposentado se vê obrigado, por razões sentimentais, a entrar em ação.

Fazer o que, né?? O jeito é ir cuidar da roupa , tomar litros de água, depois entrar no chuveiro e tentar encontrar algo que me agrade no netflix porque das programações da TV já me cansei. Nessa época, então, com as propagandas eleitorais, algumas cômicas e a maioria cheia de inverdades, não dá. 

Salve-se quem puder!


                                                         Marilene


11 comentários:

  1. Querida amiga Lena, boa noite!
    Espetacular sua crônica da lida cotidiana!
    Confesso que me sinto agraciada por morar pertinho do mar e ter minha rede aqui estendida na varanda para saborear o fresco da tarde.
    Tenho minha garrafa de água a meu lado sempre. Pelos rins, para lubrificar.
    Também não suporto ar refrigerado. Aguento bem o ventilador, um pouco virado de lado. O de teto quase não uso.
    Quando se tem uma profissão como a sua, nunca vai se aposentar de todo...
    O único que me pede ajuda é meu neto que está terminando o primeiro grau, em Português, mas pega rapidinho o que explico.
    Normalmente paro de escrever para estender minha roupa quando a máquina para. Gosto de fazer o serviço de estender no varal na varanda. Relaxa.
    Gostei de passar por aqui agora no meu momento de descanso antes do sono. Fico lendo.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos
    😘🕊️💙

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  2. Que lindo tudo aqui, desde a abertura do blog. Ficou SHOW! E como tu também desejaria estar diante do mar, caminhando por lá...Mas temos que nos contentar... As coisas acontecem no momento certo. Tive que rir que lembraste das ARAPUCAS! É bem isso mesmo e até os aposentados estão à mercê delas... e sempre alguém precisando de ajuda deles... Assim é a família, a vida...Vamos que vamos! beijos, obrigadão pelo carinho,chica

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  3. Fico feliz em poder morar pertinho do Mar, querida Marilene.
    Gostei imenso de ler a sua crônica.
    O serviço de casa nunca termina, não é?
    Mas vamos que vamos...
    Tenha um abençoado dia.
    Beijinhos
    Verena.

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  4. Olá, Marilene! Gostei muito deste seu desabafo.
    Fazer o quê, não é? Temos de aguentar com as condições que temos e ir sonhando com algo que achamos melhor! Que venha uma boa Primavera por aí! Cá será Outono com a sua nostalgia.

    Beijinhos e tudo de bom!

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  5. Também passámos por uma fase de grande secura aliada a muito calor...
    O planeta dá sinais de grande desequilíbrio e a alternância de governos não tem permitido soluções eficazes e duradoras.
    Pense em publicar um livro e a melhor forma de o publicitar... Talvez renda as férias com que sonha. Conte comigo... (Sorrisos... )
    Abraço, querida Marilene.
    ~~~

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  6. Boa tarde Marilene
    Um texto em desabafo mas muito real.
    Gostei de ler, como sempre.
    Beijinhos
    :)

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  7. Lendo sua crônica e pensando com meus botões, rs,rs, somos parecidas.Já morei no interior e ficou bem nítido para mim que gosto da área rural e de varaneios em praias, mas tranquilas, mas sou urbana. Tudo o que citou em relação ao bem -estar sigo seus moldes; ar condicionado, ventiladores, não me são confortáveis. Enfim, vamos seguindo buscando estar na melhor condição que podemos. Boa tarde.

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  8. rsssssss, excelente crônica do nosso cotidiano, cheio de coisas que não suportamos, o ar condicionado, dormir com ele? Não mesmo, gela os ossos! Gostaria de estar na Serra, aquela paz, a bela natureza... mas sou urbana, também. Teve época que gostaria de ter ido morar na Serra Gaúcha, mas apenas veraneava. Fiquei te imaginando fazendo coisas e ainda com a máquina de lavar, rsss, muito boa!
    Mas sobre as propagandas eleitorais? Aproveito como filme de comédia, dou ótimas risadas! Nada igual e nem parecido. Que coisa esdrúxula!
    Parece que estamos sentadas no sofá conversando...
    Adorei, Marilene!
    Beijinhos, bom fim de semana!

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  9. Sanciono e apoio cada uma das suas reflexões, Marilene. Às vezes, também penso em mudar para o interior... mas sou demasiadamente urbano! :) Meu abraço, amiga; boa semana!

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  10. O melhor seria se pudéssemos fugir para a fonte da bica, um lugar exótico na ilha de Itaparica, aqui, do outro lado da Baía de Todos os Santos. E ainda existe? Pergunta-me o meu alter ego. Não lhe dou mínima e sigo ruminando as suas reflexões (as suas Marilene, não as do meu alter ego) carregadas de sentido. Mas não podemos nos acomodar. Urge mudar....
    Um abraço, Marilene!

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  11. Olá, Marilene, gostei muito dessa sua crônica, a qual você conta alguma coisa da sua terra, como o ar quente e seco, parecendo Brasília, com falta de umidade no ar ( e falta de políticos honestos).
    Aqui em Porto Alegre temos muito frio e muito calor (verão e inverno), mas felizmente
    não temos ar seco, sobrando umidade.
    Um abraço e uma ótima semana.

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