20 julho 2022

OS IRRITADIÇOS

 


                                                                   

O passar do tempo provoca mudanças bem significativas, mas muito  diferentes de pessoa para pessoa. Não sei se as características já moravam em cada um e apenas se acentuaram ou se chegaram com os anos adicionados ao viver. No meu bairro há um número considerável de indivíduos que já passaram por aquela fase em que se adquire maturidade. A maioria, aposentados. Os filhos casaram e foram para outros, já que o custo de vida por aqui é alto. Imóveis muito caros, assim como produtos em mercados. Lidar com essas pessoas é um ponto de interrogação, quando não as conhecemos bem. 

Algumas foram ficando mais sensíveis, mais acolhedoras, mais tolerantes, dispostas a uma convivência pacífica com todos. Abrem seus apartamentos para filhos e netos e os aconchegam com carinho. Outras, meu Deus, ficaram insuportáveis. Intolerantes, impacientes, reclamam de tudo. Para elas, a fila do banco não anda, os caixas em mercados e padarias são lerdos, as festas nos condomínios deveriam ser proibidas, qualquer som é alto por demais... e por aí vai. De tão ranzinzas, acabam afastando todos, inclusive filhos e netos, principalmente netos, que não desejam ir à casa dos avós porque são corrigidos o tempo todo.

Existe uma igreja e uma pracinha no bairro. Pais costumam levar as crianças para brincar lá, principalmente nos fins de semana. Antes da pandemia ela estava horrível, precisando de jardinagem, de restauração/troca de bancos e de brinquedos. Certo dia comentei o fato e soube que os moradores do entorno eram os culpados porque reclamavam até do barulho que funcionários da prefeitura faziam para cuidar dela. Pois a prefeitura aproveitou a pandemia, cercou toda a praça e foi efetuando, aos poucos, os reparos necessários. Está uma belezinha. 

Semana passada, um grupo conseguiu autorização para realizar um show lá. Seria durante a tarde e voltado para a criançada. Vixe!!! Pólvora! Entraram nos grupos de whatsApp criados para organização e convites e se manifestaram, de forma super grosseira, sobre o evento, ofendendo seus dirigentes. Desgaste inútil porque tudo transcorreu sem qualquer balbúrdia.

Os anos nos mudam, mas devemos estar atentos para que os resultados sejam bons. Se a vida está ficando mais curta, porque não aceitarmos as mudanças com mais facilidade? Parar de reclamar dos sem teto que, por vezes, estão em nossos caminhos? Procurar ajudar, como pudermos? Pessoas irritadiças não fazem bem a ninguém. São evitadas até pelos lojistas da região, já que consideram tudo exagerado, inapropriado, caro demais. E ficam discutindo por bobagem, embora considerados de classe média alta.

Em reuniões de condomínio são terríveis. Já que desejam silêncio absoluto (aqui já reclamaram que a academia abre cedo e não conseguem dormir com o barulho, pode??), deveriam ir para um lugar mais sossegado, como um sítio, para não atormentarem o grupo social onde estão inseridos.

                                                                   Marilene

14 comentários:

  1. Querida Marilene

    É mesmo assim. Há pessoas que reclamam por tudo e por nada.
    Seja o que for, seja na farmácia no supermercado, na padaria,
    é um nunca acabar de resmunguices e muitas vezes em
    alto e bom. A idade deveria trazer-nos sabedoria, paciência,
    prudência, tolerância. Nem sempre é o que acontece. É como diz,
    com menos tempo para viver, quase chegando à última etapa,
    deveríamos era aproveitar e passar uns bons momentos de
    convívio e confraternização...
    Enfim, haja paciência!
    Beijinhos
    Olinda

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  2. Olá, querida amiga Lena!
    Tenho a sorte de morar numa rua de condomínios silenciosa por demais. Só tem self service que funciona até 15h sem nenhum tumulto, até porque não é popular, comida ótima que me socorre quando recebo os meninos (até as sogras deles 😀).
    Com a Pandemia, as praças daqui foram reformadas e floridas estão uma belezinha, só vendo! Amo passar por elas cedinho.
    Mercado tenho pertinho também, farmácia. Não tenho tido problema com os irritadiços, vou cedo sem complicação ou peço em casa.
    Tenho tido uma vida mais reservada desde a Pandemia, é preciso.
    Só depois de todos vacinados, recebi filhos e netos, não moram perto.
    A chamada de vídeo vai ajudando muito.
    Ou seja, ninguém me irrita por aqui.
    Deixemos soltaram faíscas os descontrolados!😀
    A vida é muito boa e breve, amiga.
    Eu deixo falar ... quando ocorre encontrar alguém na farmácia do tipo ou no mercado.
    Você tem toda razão em sua crônica.
    Tenha uma noite abençoada!
    Beijinhos 💐

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  3. Te enttendo perfeitamente, Marilene. Aliás, ultimamente eu nem discuto mais com ninguem com medo de levar um tiro. Porque as pessoas estão ficando intoleráveis. Bjsss

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  4. Colocaste muito bem a situação que vemos acontecendo. Realmente, parece a irritação por tudo campeia solta! E nada mais chato pois nos afasta e as pessoas são motivo de chacota. Que repensem! Mas não creio! rs... beijos, lindo fds! chica

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  5. Bem colocado.
    E eu acho que a pandemia veio acentuar ainda mais as irritações de que já era assim.
    Há por todo o lado gentinha assim, que vamos sofrendo a cada passo.
    Beijinhos e bom fim-de-semana!

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  6. Ah, mas tá cheio disso!! Sabe, Marilene, as pessoas que são chatas de nascença, ficam insuportáveis, a idade agrava a bondade e também a miséria de espirito. Conheço gente que desde pequena era chatinha, foi crescendo, ficou adulta e piorou! Eu corro, só quero gente boa ao meu lado, gente alegre e que não reclame de tudo. Com o tempo aprendi a não ligar certas coisas, não me estressar com essa gente. Mas custei a aprender, amiga, eu revidava o mau humor e aquelas pessoas que sistematicamente são oposição!! Isso é terrível.
    Virge, essa tua crônica é tão boa que eu ficaria aqui contado os "causos", mas é um suicídio darmos bola pra gente assim. Dei uma virada, elas ficam falando sozinhas, mesmo eu ao lado. Adoro fazer que não é comigo.
    Aplausos daqui, amiga!!!
    Beijinho, uma ótima semana!

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  7. Excelente, Marilene! Lembro-me de haver lido, há um bom tempo, uma frase que me ficou na memória: "As suas reclamações não acrescentarão, nos outros, uma só grama de simpatia por você."; até hoje, a uso (ou, pelo menos, tento!:) como guia de vida. Meu abraço, amiga; boa semana!

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  8. Muitos esquecem que já foram jovens e aprontaram da mesma forma, ou pior.

    Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

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  9. Boa tarde Marilene
    Entendo perfeitamente esta crónica.
    Acho que a pandemia veio acelerar essa situação, mas também com o passar dos anos as pessoas ficaram chatas, amargas e algumas insuportáveis.
    Será que sempre foram assim e eu não entendi, ou será que foi a vida que as fez assim?!
    Cronica realista e bem escrita.
    Boa semana com muita saúde
    Um beijo
    :)

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  10. Sorrisos...
    Está impecável, Marilene! Acontece em todo o planeta! Oh, gente irritadiça!
    Por vezes dicam histéricos...

    Agradeço os votos de boas férias que me desejou no início de julho
    e convido-a a colaborar na minha celebração da Amizade.
    .Beijos.
    ~~~

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  11. Olá, Marilene, esta sua bela crônica colheu do cotidiano desse bairro em que você mora, muita coisa parecida com o que temos aqui no bairro em que moramos. Aqui também temos pessoas que passaram da meia idade e que se comportam como se nada tivessem aprendido. Muitas mulheres e homens que deveriam estar ensinando aos mais novos normas de conduta e de solidariedade, agem com o mesmo ímpeto e egoísmo de quem não amadureceu.
    Quanto ao resto de sua crônica, também temos aqui muitas coisas que também se encaixam nela.
    Aplausos!
    Um bom fim de semana, amiga.
    Grande abraço

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  12. De facto, há pessoas cujo grau de sociabilidade está muito aquém do desejado.
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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