26 fevereiro 2014

CLAUSTROFOBIA

(by Behshad Tajammol)

                                                       

Uma simples ocorrência pode desencadear inúmeras lembranças. Fui a um consultório médico para pegar uma receita e, quando entrei no elevador, a porta fechou e ele não saiu do lugar. Toquei, insistentemente, o alarme. Nada! Continuei pressionando-o, eis que lugares fechados me incomodam. De repente, a porta abriu, e um senhor que o aguardava disse ao porteiro: nossa, havia alguém preso no elevador!  Foi aí que ele se aproximou. Já estava aguardando o técnico para verificar o outro, também parado. Aguardei um pouco e subi, na companhia do responsável, já que, se houvesse algum problema, ele saberia resolver. Mas tudo deu certo.

Já no carro, voltando para casa, eu me lembrei que não tinha qualquer medo de ficar em lugares fechados. Viajava de avião com a maior tranquilidade e não entendia o receio de tantos quanto a esse meio de transporte. Mas enfrentei uma situação de grande perigo em um voo, retornando de Cancum. O avião entrou em uma nuvem de granizo , as bagagens caíram, o carrinho de servir lanches soltou, garrafas bateram nas pessoas... um trauma que ficou incorporado. Soube, depois, que corremos o risco de uma asa quebrar, lançando-nos ao oceano. Tempos depois, fui acometida do transtorno do pânico, tendo que me submeter a um tratamento. Curei-me, mas não perdi o medo de viajar de avião. E pensei que essa era a única sequela que aquele mal me deixou.

Em exames médicos de rotina, constatou o ginecologista uma alteração na glândula hipófise, solicitando-me uma  tomografia computadorizada do crânio e um novo exame de sangue. Eu deveria ter feito o exame de laboratório primeiro, mas tentei me submeter à tomografia . Tentei (rss), porque não consegui. Quando me colocavam dentro da máquina sentia falta de ar e logo apertava a bombinha que nos dão para segurar e que deve ser acionada em caso de mal estar. O médico, depois de duas experiências negativas, disse que só realizaria o exame com anestesia geral, pois alegou que eu sofria de claustrofobia. Saí da clínica frustrada. Quando repeti o exame de sangue, deu negativo. Qual dos dois estava correto? O médico me sugeriu refazê-lo em um laboratório de sua confiança, que não aceitava convênios e cobrava caro. Não relutei, pois precisava estar segura. Também ele deu negativo, o que me levou a crer que o primeiro havia sido trocado. Assim, outra pessoa, que necessitaria cuidados, não tomou ciência da alteração. Fiquei aliviada e nem levei a questão para o lado jurídico. Poderia tê-lo feito porque me trouxe medo e insegurança, sujeitos a uma reparação monetária.

Não me sinto claustrofóbica porque entro em elevador e outros lugares fechados, com tranquilidade. Mas não sei o que aconteceria se ficasse presa em algum, por muito tempo (rss). Quando vejo a situação em filmes entendo o desespero das pessoas. Viajo de avião, se o percurso for curto. Gosto de saber que posso colocar os pés no chão, ficar de janelas abertas, o que aquele meio de transporte não permite. Mas lamento isso. Quantos passeios poderia fazer e não consigo! O trauma daquele fatídico voo o psiquiatra não conseguiu remover, infelizmente.

                                                                    Marilene




23 comentários:

  1. Mari, que desespero esse teu susto la no avião, logo de Cancún, (você sabe que morei la,né?).
    Tenho uma amiga que tem esses mesmos sintomas que você teve na tomografia, cada vez que vai ao dentista, ela só consegue fazer tratamento sob anestesia geral,acredita?
    Eu comecei a ter medo de altura, depois de velha, em algo aberto, tipo roda gigante, teleféricos..etc...vai entender...rs
    Gostei do post!!!
    Bjks!

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  2. Pudera,Marilene.Imagino o susto mesmo! E são sintomas chatos que atrapalham a vida! bjs, chica

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  3. Olá, Marilene. Já fiquei presa sozinha em um elevador, o prédio antigo. Não senti nada. mas acho que ficaria apavorada se houvesse muita gente comigo, pois não gosto de sentir-me presa ou de lugares lotados. cada um com seus medos... li um texto que falava do medo de uma famosa atriz de Hollywood, a Megan Fox: respiração. Ela não gosta de escutar os outros respirando. Pode?!
    Bom dia pra você.

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  4. Hey, Marilene, algo deveras impeditivo de se fazer plenamente o que se deseja. São raras as pessoas que não têm uma fobia qualquer. O avião não me incomoda, as TAC também não, elevadores são-me desagradáveis porque sei que debaixo daquele chão está um grande abismo, não é tanto o receio de ficar fechada, mas o receio inconsciente de que pode haver uma avaria qualquer e o elevador ir por ali abaixo desgovernado.
    A minha fobia de estimação são as escadas e tapetes rolantes, talvez porque em criança ouvi contar acerca de uma mulher de cabelos longos que caiu e ficou presa pelos cabelos na saída das escadas. Algo incrível de acontecer mas que aconteceu. No entanto já muitas vezes tive de andar de escadas e tapetes rolantes, o problema é que só consigo fazê-lo com alguém a segurar-me o braço e fico totalmente apavorada. Mas encho-me de coragem quando tem que ser. Mas evito a todo custo locais com escadas rolantes, às vezes perco montes de tempo à procura de escadas como deve ser...:-)
    Ridículo, não é?...Eu sei que não há problema, mas algo diz dentro de mim que não devo aventurar-me...:-)
    xx

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  5. Oi Marilene, boa tarde!
    Todo mundo tem medo de alguma coisa...
    Quanto a sua a fobia de voar, seria bem interessante
    buscar ajuda especializada. Há quem diga que a psicoterapia resolva o problema.
    Aí então vc poderá viajar sem medo para destinos mais longos.
    Bjs :)

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  6. Oi Marilene, o medo nos impede de fazer muitas coisas.
    Eu também tenho medo de voar, mas não fobia.
    Espero que você consiga superar esse medo e seguir adiante.
    Beijos e tenha uma ótima semana!

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  7. Hoje graças estou conseguindo vir agradecer
    todo carinho ,
    que venho recebendo mesmo sem poder
    retribuir o carinho da nossa amizade .
    Eu acredito sempre é tempo de voltar visitar a casa dos amigos e amigas
    que me recebeu de braços abertos.
    Eu estou passando por algumas complicadas situações
    como tudo tem hora de terminar .
    È esse caminho que trilho nesse momento
    fim de um sofrimento que vem se arrastando a longo tempo.
    Com certeza minha visita não para reclamar
    e sim agradecer pelo carinho dessa linda amizade.
    Um dia de muita paz receba meu carinho ofertado gratuitamente.
    Um beijo terno respeitoso e carinhoso.
    amiga hoje e sempre.. Evanir.
    Eu desejo um linda continuidade de semana.
    Meu maior medo vento e elevar..

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  8. Cara amiga, eu também tenho alguns medos..., mas quem não os têm.
    Um abraço. Tenhas uma boa noite.

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  9. Amiga Marilene, confesso que jamais receei algo, mesmo em situações de guerra e algum combate em que participei. Ainda que me considere pacifista. É esta segunda situação que me faz compreender os medos alheios, rsrsrsrs, nunca viro a cara ao que seja. Um dia até enfrentei um gatuno, ele de pistola em punho e eu sem nada. Consegui, como uma mão no bolso, fingindo-me muito nervoso e dizendo alfo e de bom som que o matava. Matava já!!!
    Aconteceu depois ele ter fugido, e eu pasmado, sem o perseguir. Revi o problema e concluí que me tinha sido apontada uma boa imitação de plástico,
    Do caso do avião, pelo que conheço (de bastantes situações), superaria sereno.
    Fica com este pensamento meu: os problemas nunca nos devem preocupar, o que pode preocupar é a maneira de os resolver!
    Beijos
    Beijos

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  10. Oi, querida Marilene!

    As fobias, causadas por isso ou por aquilo, são situações, que chamarei, "normais". Toda a gente tem uma ou mais.
    Compreendo, perfeitamente, as suas, e especialmente a do avião, meio de transporte, que só utilizo, quando tem mesmo que ser. Eu, virginiana, terra e mais terra, não amo nem o mar, nem o ar.

    Gosto imenso da sua foto do perfil de seu blogue. Parece uma menininha, com aquele chapeuzinho. Que pena, que, em alguns blogues, você apareça em forma de um contorno, cinzento, e no fim do painel. Essa está tão linda, Marilene! Fico aguardando a renovação por aí, nesses blogues, tá?

    Beijos.

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  11. rsrsrs...
    Contando seus traumas, hein?
    Com certeza, se eu estivesse naquele avião também poderia estar sofrendo de algum distúrbio da espécie-rs.
    Que tal uma terapia? Poderia ajudar. Você se prejudica muito com este trauma de avião.
    Não é nada agradável ficar presa num elevador. Comigo já aconteceu diversas vezes e numa delas eu mesma tive que ligar para o plantão da empresa do elevador para me tirar de lá. Um sufoco! Ainda bem que eu estava com o celular, pois ninguém ouvia o meu chamado.

    Beijo.

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  12. Amiga Marilene, voltei. Agora estou aqui para agradecer tua visita ao meu modesto espaço. Gostei do teu chapéu. Gosto de usar chapéus, pode ser de feltro ou de palha, mas não gosto de bonés nem de boinas. Minha filha também curte chapéus, já minha esposa, nem os usa por nada!
    Um abraço. Tenhas um dia abençoado.

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  13. As vezes vamos ficando mais velhas e aparecem coisas que nos surpreendem...
    Sorte ai bjbjbj Lisette.

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  14. Ui ui ui eu e a minha familia morremos de medo de aviões,nunca seriamos capazes de entrar num,é que nem pensar nisso. De qualquer maneira,tu já tens mais sorte que nós,entras neles nem que seja uma viagem curta como tu dizes. Mas eu e a minha familia morremos de medo. Aproveito a visita para te desejar um carnaval maravilhoso,aproveita bem esta folia carnavalesca. Tudo de bom para ti. Muitos beijinhos,fica com deus e até breve!! http://musiquinhasdajoaninha2.blogspot.pt

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  15. Olá, Marilene. Gostei de encontrar aqui tanta coisa que fala à nossa alma.
    Um beijo e fico com vc,
    Renata

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  16. OI QUERIDA
    Isso é um problema sério. Mais precisa fazer um tratamento.Passando para te desejar um feliz carnaval e um bom descanso. Um FELIZ CARNAVAL. Beijinho fica na paz.
    Ana

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  17. Olá,Marilene
    ...vou divagar por aqui...
    Meu problema com Cancún,não foi nem no avião...apesar da turbulência... foi em terra mesmo, época dos furacões ,só via o teto do hotel balançar...
    ...eu tinha um medo danado de viajar de avião...até que resolvi viajar de ônibus até Salvador...que comparado com muito outros lugares ( adoro as praias do Nordeste) é "perto"...a viagem foi tão desconfortável , que resolvi...nunca mais! Vou viajar só de avião. Mas, o medo não me largava... Fiz psicoterapia e funcionou muito bem. Claro que a psicoterapia funciona mais rápido quando não há comorbidades – outros problemas atuando junto...ainda ajudo à freiar com os pés quando o avião está aterrisando, mas faz parte!
    Por vezes, não sentimos medo da coisa em si, mas das lembranças que temos da coisa, aos "perigos" que foram nos oferecidos. Mesmo que não sejam verdadeiras, convencemos de que são e sendo assim é possível morrer de medo ....
    É um caso sério, esse de "trocar" exames... agora, ter caustrofobia nesse mundo em que vivemos,cheio de locais fechados, elevadores, trens e metrô lotados, aviões e multidão, não deve ser fácil...né?
    Belo dia, Obrigado pelo carinho, bom feriadão, beijos!

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  18. Te entendo muito, Marilene. Eu não sou claustrofóbico, mas odeio lugar apertado. Nessa máquina de tomografia, então, nossa, odeio. Quando vejo aqueles documentários de natureza com explorador entrando em cavernas apertadíssimas eu já sinto falta de ar por eles. Mas elevador, essas coisas não tenho problema. Mas nunca fiquei preso como vc. Aí já não sei... rsrs bjs e bom Carnaval.

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  19. Feliz Carnaval y que se solucione tu problema, saludos.

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  20. Venho agradecer a sua presença na minha «CASA», bem assim o seu comentário, que apreciei bastante.
    Seria muito bom, de facto, que as crianças (no caso, os meninos) fossem, de pequeninos, ensinados que as meninas não lhes são inferiores, nem uns seres frágeis que só precisam protecção. As mentalidades precisam mudar muito, mas isso demorará dezenas, se não centenas de anos!!!

    A claustrofobia causa um transtorno muitas vezes complicado. Eu não posso dizer que sofra disso (tenho uma irmã que para fazer uma TAC não pode ser nos aparelhos normais, só naqueles abertos), mas não me sinto muito confortável em espaços fechados, principalmente se forem muito apertados.
    Esse seu "incidente" no avião me fez lembrar que a primeira vez que fui aos States, fizemos escala em Boston (nosso destino era N.Iorque). Devido ao muito tráfego aéreo tivemos que aguardar, lá em cima, que houvesse lugar na pista para aterrar, o que ainda demorou uns bons minutos. Tudo bem! O problema é que estávamos "debaixo" (ou dentro???) duma trovoada enorme. Só se voam faíscas por todo o lado, e trovões, e uns abanõezitos do avião, de vez em quando... Mas finalmente aterrámos, mudamos de avião e seguimos para N.Iorque, para umas férias maravilhosas!

    Que seu Carnaval tenha sido muito bom.
    Beijinhos

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  21. Pelo menos em dois pontos, somos parecidos. Também tenho medo de avião (embora voe, quando necessário) e não consigo fazer tomografia. Grato pela companhia! :) Boa semana.

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  22. Só viajo de avião quando realmente preciso...também não me sinto à vontade, não é medo de cair o que me preocupa mas o fato de que se alguma coisa der errado não dá pra parar e chamar o guincho rsrsrs

    Até mais
    =^.^=
    www.cassivi.blogspot.com

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  23. Eu detesto ficar em lugares fechados e na multidão, não suporto, mas elevador não me apavora não, apesar que nunca fiquei presa em um...bjs no coração amiga.

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