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(by Glenn Robinson) |
A faxineira passava roupas, na área de serviço, o que costuma
fazer ouvindo música. Quando fui à cozinha percebi que ela estava atenta a um outro programa. Pareceu-me algo de cunho religioso porque um homem falava sobre sua vida. Discorria sobre sua luta para manter a família e educar o filho. Afirmou ter aberto mão de muitas coisas em favor deles e que o garoto não lhe trouxera problemas, sendo estudioso e aplicado, o que o tornava feliz.
Entretanto, agora, aos dezoito anos, optara por cursar publicidade, o que o enfurecera. Em seu entendimento, essa não era uma profissão. Já o tinha imaginado cursando odontologia ou medicina, enquanto ele, o pai, montava, aos poucos e com carinho, seu consultório. Estava tão bravo que, quando o filho se insurgiu contra seus interesses, gritara com ele, afirmando que o sustentava e que, enquanto morasse naquela casa, haveria que fazer o que lhe fosse determinado. A mãe defendeu o filho e ambos não estavam, sequer, conversando com ele. A situação no lar, antes prazerosa, tinha ficado insustentável. Entendia, porém, estar correto seu modo de agir.
Eu me aproximei da faxineira e demonstrei minha irresignação com a atitude dele. Esse pai está transferindo para o filho os seus frustrados desejos. Provavelmente, os cursos que impõe a ele já constituíram seus próprios sonhos.
Ela me contou, então, que seu filho mais novo queria estudar educação física, o que, em princípio, não lhe pareceu ser boa ideia. Mas que a realização dele estava em primeiro lugar e nada questionou. Tempos depois, mais próximo do vestibular, o garoto mudou seus planos e optou por um outro curso.
Todas as profissões são dignas, independente de, em certas épocas, o mercado estar mais favorável a uma que a outras. A maioria dos adolescentes, nessa fase da vida, oscilam entre várias, sem definição clara do que desejam. Chegam a começar uma faculdade e depois desistirem por não se sentirem realizados, mudando de área.Temos encontrado muitos profissionais insatisfeitos e incompetentes, por abraçarem atividades que nada têm a ver com suas habilidades . Educar e preparar para a vida não se coaduna com a imposição de caminhos. A orientação deve levar em conta as naturais aptidões dos filhos.
Não ouvi a resposta que foi dada àquele homem. Pareceu-me, por sua postura, que estava procurando apoio e não um posicionamento contrário ao seu. Não estava aberto a qualquer fundamentação divergente da sua. Lamentei por seu filho estar sendo punido e até humilhado por não acatar a determinação paterna. Mas admirei sua postura. Com o apoio da mãe e sua determinação, provavelmente lutará por seus interesses, eis que já começou a fazê-lo ao manifestar sua escolha, sem se importar com a que o pai fizera por ele. Um jovem que não diz amém ao que não lhe convém já tem personalidade formada e não se queda facilmente.
Marilene
Bom dia, Marilene!!!
ResponderExcluirÉ muito triste quando os pais querem impor sua vontade ao filho...temos que educa-los para serem independentes! Querer viver através dos filhos só causa frustração e afastamento...
Belo texto e quantas reflexões nos instiga!!!
Beijos, amiga querida!!!
*Espero que tudo tenha corrido muito bem!
Bom dia Marilene :)
ResponderExcluirSó pais frustrados agem dessa maneira.
Pessoas bem resolvidas sempre vão apoiar as decisões profissionais dos filhos.
(Ainda bem que meus pais sempre estiveram em concordância,
com o que eu quis estudar).
Bjs!
É difícil. Pais frustrados querem a realização por intermédio de seus filhos. Há muitos anos, o máximo do desejo dos pais era ter um filho padre ou médico. Lembro muitas mães que ficavam muito alegres quando o filho fazia concurso para o Banco do Brasil! 'Era um moço bom e trabalhador...'
ResponderExcluirDeixem as criaturas serem o que querem, que coisa! É a tal de interferência que só prejudica. Essa atitude dos jovens trocarem de faculdade, é compreensível: são ainda jovens para a escolha. Quem, com 18, 19 anos está maduro para escolher sua profissão? Só pode dar no equívoco...
Beijos, Marilene!
ResponderExcluirHoje agradeço sua amizade elogio seu post
e desejo um bom final de semana
Bjuss com uma bela frase
Rita!!!!
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"Não importa se teu mundo tá caindo aos pedaços. Quando você começa a ter mais fé, de alguma maneira linda a vida dá um jeito de ficar melhor."
- Caio Fernando Abreu.
É uma pena que tantos pais queiram impor suas vontades para os filhos, Marilene. Isso é comum e, infelizmente, dificilmente se extinguirá. Beijos e bom final de semana.
ResponderExcluirOlá, Marilene! escolher uma profissão é bem difícil... quando a pessoa tem uma vocação natural, na qual a profissão a escolhe, é bem melhor. na verdade, acredito que todo mundo tem. Mas descobrir essa vocação é complicado.
ResponderExcluirBoa tarde Marilene
ResponderExcluirA interferência dos pais ou alguém na carreiras pretendias é erro. Ao aluno deve ser dada a liberdade de escolha do que quer seguir,
O TOTSCRET OLAVO, tem novo capítulo´.
Beijos
ResponderExcluirOlá mana,
No geral, os pais que escolhem profissão para os filhos procuram se realizar através deles ou entendem que a profissão por eles escolhidas não os levarão a um razoável status de vida, com ganhos financeiros satisfatórios. Considero egoísmo, pois cabe aos jovens escolherem os caminhos que lhes trarão realização profissional. Ainda que no princípio eles se submetam à imposição dos pais, logo mudarão de rumo, demorando mais tempo para se encontrarem ou se estabelecerem. Ou então, serão eternos frustrados, jogando nas costas dos pais a culpa por uma vida sem entusiasmo.
Fez bem o filho de sua faxineira em rebelar-se e buscar a realização do seu sonho.
Beijo.
Oi Marilene!Isso de um pai achar que tem o direito de determinar o que o filho vai ser na vida é inaceitável,o filho é outra pessoa e tem direito de fazer suas próprias escolhas.Ainda acontece hoje em dia,mas acho que é mais coisa do século passado,né?Obrigada pela dica dos carros da GM,realmente são muito bons e de boa qualidade.Beijos!
ResponderExcluirMarlene, estou passando para matar minhas saudades
ResponderExcluirtambém desejar uma semana abençoada paz e luz.
Beijos no coração,Evanir.
Adorei o texto,Marilene.
ResponderExcluirOs filhos não são nossa cópia e têm o direito de optar por qual profissão têm mais inclinação.
Se não for assim,serão péssimos profissionais.
Beijos e lindo finalzinho de domingo
Donetzka
Infelizmente muito pais ainda educam egoisticamente um filho...
ResponderExcluirTemos que nos conscientizar de que os filhos são seres humanos independentes e devem seguir como tal...Cabe a nós somente orientá-los!
Bjussssss
Marilene, esse texto tem haver com a realidade de muitas famílias.
ResponderExcluirMuitos pais por não ter conseguido se realizar profissionalmente, tenta passar essa responsabilidade para os filhos, para se próprio realizar. Acho que é um egoísmo sem tamanho. Todos têm o direito de escolher o que querem ser, o querem fazer. Na minha família tem um caso assim, a pessoa já fez duas faculdades mais ainda não é a a profissão que pretende exercer. A interferência do pai está sendo ruim na escolha que ela quer ser. Ela quer ser Bióloga mais o pai não apoia. Acho que muitos não leva a profissão a sério devido a escolhas errada.
Beijos e ótima semana!
Em cada um de nós existe o que chamamos de dom que deve ser respeitado e muito bem apurado antes por nós mesmos.
ResponderExcluirCadinho RoCo
Querida amiga vim agradecer
ResponderExcluirA sua presença carinhosa no meu cantinho
Me dando força para seguir meu caminho
Com serenidade paz e alegria.
Tenha uma linda semana, coberta de muita paz e amor!
Com carinho
Abraço amigo!
Maria Alice
Deus nos dá talentos e dons e diante disso devemos seguir aquela profissão que nos completa como seres humanos.
ResponderExcluirGostei do texto, Marilene.
Parabéns!
Grande abraço querida.