15 abril 2013

JULGAMENTOS

(Igor Bakbardin)
                       
                                                             "Quem é que, neste mundo, se preocupa  com o interesse     
                                                                              geral? O público adora assuntos particulares."
                                                                                                 (Mário Quintana)                                       
                                                                                                   
                                                                                                                                                          
Muitas vezes somos avaliados, julgados e até condenados. Há tanta veemência nesses comportamentos, capaz de nos abater e seriamente machucar. Vivemos em sociedade e, por mais que nos digamos indiferentes à opinião de terceiros, ela nos pode ferir e atingir. E há aqueles que fazem disso sua opção de vida. São incapazes de olhar para dentro, mas "astutos" ao fiscalizar os demais.

Quando comecei a lecionar, aos dezoito anos, só consegui vaga em uma escola bem distante, onde moravam meus avós paternos. Lugar pequeno, onde todos se conheciam, ou melhor, sabiam quem era quem. Pequenas e estreitas ruas, uma igreja , um bar e um local para se fazer compras. 

Muito estranhei o comportamento de todos. Atrás das cortinas, de forma camuflada, observavam o que se passava lá fora. E sabiam detalhes impressionantes da vida uns dos outros. Como conseguiam isso, não descobri. Além de conhecer fatos, julgavam. Quase sempre, de forma negativa.

Longe está esse tempo, não esses hábitos. Nos condomínios, nos salões, em pequenas reuniões, percebemos o quanto as pessoas se preocupam com a vida dos demais. Uma simples notícia na televisão é esmiuçada sem fundamentos lógicos e logo vem o julgamento. E consequências desastrosas advêm dessas atitudes. Mancham reputações, destroem relações, afastam amigos, distribuem sofrimento. E continuam seus caminhos alimentando, incrivelmente, uma sensação de dever cumprido, quando não de superioridade.

Talvez, se fosse esse o comportamento do povo, antes de eleger seus representantes para cargos públicos, houvesse maior seriedade na escolha. Nesse campo, sorrisos e palavras bonitas conquistam, presentes compram votos e tudo é perdoado.  A pesquisa sobre a vida deles, que nem precisaria ser feita secretamente, não é realizada. Fiscalizar o comportamento do vizinho parece continuar sendo prioridade.

                                                                                 Marilene

21 comentários:

  1. Mari, o pré-julgamento é vício, uma falta do que fazer e cuidar da vida dos outros é pior ainda.

    Muitas vezes,tiramos nossas conclusões e achamos(ridiculamente)que estamos certos.

    Meter-se na vida dos outros então...É MATO!

    O comportamento humano é rico em estudos, mas pobre na prática.

    bacios querida
    matéria excelente pra começar a semana!

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  2. Querida amiga
    Depois de muito silencio, eu vim me fazer presente, trazendo a certeza que me recordo de você com carinho e amizade.
    Sinto muita saudade de não vir aqui mais vezes, mas fiquei presa no caminho, tentando resolver algumas coisas pendentes.
    Pedras aprecem pelo caminho, e delas precisamos fazer renascer lindas flores, para que nossa vida se torne um lindo jardim.
    Abraço amigo.
    Maria Alice

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  3. Oi Marilene :)
    Ninguém se habilita a pagar nossas contas né?!
    Mas cuidar da vida alheia,isso o povo gosta...
    É fato o que vc escreveu,pois pesquisar sobre aqueles que irão nos representar,quase ninguém faz.
    Quem cuida muito da vida dos outros,está cuidando pouco da sua...
    Adorei o post.
    Bjs \o/

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  4. Oi mana,

    As palavras de Mário Quintana caíram como uma luva para o seu texto. O interesse geral não desperta tanto as pessoas quanto os assuntos que dizem respeito à vida alheia. Exemplo prático é o interesse que os reality shows despertam. Julgar ou pré-julgar é uma atitude precipitada, que não se coaduna com o bom caráter nem com um coração caridoso. Falar da vida alheia não aproveita a ninguém e ainda pode prejudicar o outro de uma maneira irreparável, pois palavras não se recolhem depois de ditas.
    Na vida política, infelizmente, poucos são aqueles que procuram saber da vida e trajetória de um político antes de dar a ele seu voto de confiança. O assunto parece não ter tanta relevância no momento do voto, mas, depois todos se julgam aptos a condenar.

    Beijo.

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  5. Verdade, Marilene. Se as pessoas fiscalizassem o poder público com a mesma veemência que fiscalizam a vida dos outros com certeza teríamos um país melhor. E cidade pequena é assim mesmo, um grande condomínio onde todos julgam todos. Excelente seu texto. Beijos!

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  6. Amiga Marilene

    Tanto em terras pequenas, como em núcleos das grandes cidades, há julgamentos errados, mesmo nefastos. A que podemos chamar sumários. Para se poder julgar é preciso ouvir quem se julga, quando isso não se faz, os julgamentos têm de ser julados inócuos. Já quem se propõe fazer parte da governação, se sujeita a julganto popular, que deve ser sempre feito com criticismo fudamentado.
    Beijos

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  7. Olá Marilene!
    Vim conhecer seu blog retribuindo assim a sua visita, tão carinhosa, que fez ao meu.
    Lamento mesmo que a realidade seja como você descreve acima.
    Participo da idéia, e pratico, de que, se quisermos ver um mundo diferente, devemos dar o exemplo.
    Hoje já não percebo mais entre meus amigos este comportamento.
    Gostei do seu blog e voltarei com certeza.
    Beijo

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  8. É verdade Mari, pode mesmo!
    Nossa! Começou cedinho né?
    Infelizmente os julgadores tem seu estilo.
    É uma pena isso...
    Enquanto isso se esquecem de suas próprias vidas.
    Hipócritas!
    Amei o texto Mari, e você é mesmo especial.

    Beijinho e bom dia!

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  9. Isso é terrível... Há pouco tempo fui acusada por ter tido (a acusadora contou, depois de ter me dito por email que nem tinha conhecimento do fato) cinco discussões com cinco pessoas diferentes em um site de escritores. Bem, de 2008 a 2013 discuti com 5 pessoas naquele espaço... não acho um número ruim. E hoje, todos eles são meus amigos virtuais. Mas quando os outros falam de mim, é disso que se lembram: das cinco pessoas com quem, em cinco anos, eu me desentendi, e que hoje, somos amigos (mas ninguém menciona esta parte). Enquanto que ela - a pessoa que me difama por aí - saiu do mesmo espaço pelo mesmo motivo: foi convidada a retirar-se porque batia de frente não com cinco, mas com várias pessoas. É a vida.

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  10. Olá!
    Querida Marilene
    ...cidade pequena tem muito disso.Todo mundo se conhece.Muitas vezes até mais do que nós mesmos.Também detesto quem bisbilhota e se intromete na vida do outro, quando poderiam nos querer bem e nos ajudar, não?O problema do julgamento alheio é o fato de se achar melhor do que o outro, necessidade de afirmação e, quase remota, de chamar atenção. Mero protagonismo.
    Bom dia
    Beijos

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  11. Acidade onde cresci não era tão pequena assim e na rua onde eu morava, como tinha isso, todos tomavam conta de tudo e de todos, meus pais sempre falavam para nós, 'se preocupem e cuidem da vida de vocês, deixe os outros que cuidem da vida deles'.
    E por incrível que pareça algumas pessoa que ainda moram lá continuam fazendo isso até hoje, muito riste ver que a prioridade deles é tão pequena.
    Grande abraço querida Marilene.

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  12. sim tem razão, mas nas localidades mais pequenas é muito pior, do que nas grandes cidades.
    um texto muito agradável de ler.
    uma boa semana.


    um beijo

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  13. Oi Marilene! É aquela história, tem pessoas que por não terem brilho próprio querem viver do brilho dos outros. É lamentável ver tanta gente que cuida da vida dos outros e esquece da sua. Bjs querida!

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  14. Marilene, minha querida, belíssima e muito bem colocada a sua reflexão a respeito do tema que aborda. Eu não sei se isso é algo ligado ao comportamento humano de uma forma geral ou se é uma característica específica de boa parte da humanidade. Esse comportamento, chamemos assim, se reflete nos vários segmentos da sociedade. É só observarmos na comunicação por exemplo. O rádio e a televisão tem profissionais voltados quase que exclusivamente para esse tipo de público; os que gostam de saber da vida dos outros e julgá-las também. É um bom tema para se refletir o seu texto. Parabéns. Um beijo no seu coração.

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  15. Infelizmente isso ainda existe e aos montes.
    Simplesmente detesto fofoquinha!!! Vivo quase que isolada de todos justamente por não querer saber mesmo do que se trata a vida alheia mas sei que muitos desses tais vizinhos/familiares/amigos-de-amigos falam de mim mesmo assim.
    Prefiro contar um pouco do que faço no meu blog e ter gente que nunca vi sabendo (bem pouco, devo dizer) da minha vida que parar na rua pra papear com a vizinha... e não é que vira e mexe me contam que sou assunto pras tais desocupadas justamente por me manter distante?! aff

    Boa semana
    =^.^=

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  16. Bom dia, Marilene
    Óptima reflexão!
    Eu não gosto nada de me meter na vida dos outros, talvez porque detesto que se metam na minha vida. E quando me vêm com conversas "de chacha" (conversa sem interesse) perguntando a minha opinião, respondo sempre: Tomara eu governar a minha vida, quero lá saber da vida dos outros!
    Penso que nas cidades grandes essa preocupação com a vida alheia não se faz sentir muito; mas em lugares mais pequenos ainda há muito esse mau hábito. Eu penso que são pessoas "vazias", com um Universo muito pequenino, que precisam da vida dos outros para se sentirem vivas. Pobres de espírito!

    Excelente frase do grande Mário Quintana!

    Que seus dias sejam radiosos.
    Beijinho GRANDE

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  17. Ahhh como isso é verdade.
    Talvez se as pessoas agissem na hora das eleições como costumam agir no dia adia com tanto afinco e dúvida talvez o Brasil estivesse melhor!

    Adorei a reflexão do teu texto!
    Grande beijo!

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  18. Marilene,
    muito oportuno teu texto!
    Antes as pessoas se preocupassem com o bem comum, aquele que pode ser visado via voto, por exemplo, do que fuxicando a vida alheia, mas isso é o que parece dar "IBOPE" e tornar tudo mais divertido, enquanto nosso país e o mundo vive suas crises e muitas pessoas não têm sequer o que comer...
    Parabéns! Beijos!

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  19. Mas isso é uma verdade incontentável!! Se as pessoas observassem e julgassem os políticos como fazem uns com os outros...bem teríamos um governo bem diferente!!!
    Moro em um bairro pequeno...e infelizmente sinto na pele...que coisa!
    O mais engraçado é que, nos classificam diferente por gostarmos de cultura...podê???!
    Muito louco...rsrsr

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  21. A maioria das pessoas cuida mais da vida dos outros do que da sua. A dos outros parece ser bem mais interessante! kkk
    Beijinhos meus!

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