16 julho 2011

CASA ARRUMADA


                                                        
Esta semana recebi um e-mail com as colocações de Drummond, em um texto intitulado CASA ARRUMADA. Ao relê-lo, não pude deixar de passá-las para a minha vida. Gosto do apartamento impecável, com todas as peças em seu devido lugar (aquele que para elas escolhi). Fico insatisfeita se percebo que estão viradas, trocadas, coisas que faxineiras fazem.  Gosto de ver minha cama linda, bem composta. E aparelhos ou objetos não funcionando ou com alguma avaria, dispenso. Tenho a sensação de que eventual desarmonia reflete na vida das pessoas.

Drummond, com seu estilo impecável, diz que casas assim arrumadas, sem manchas,  desfiados, não têm vida. E lhe dou razão. Quem entra em meu apartamento tem a sensação de que aqui não vive ninguém (rss). Mas eu me sinto bem assim. Talvez por morar há muito tempo sozinha. Se vem alguém, coloco tudo no lugar depois que a pessoa se vai. Mas não imponho qualquer limite quando são meus sobrinhos. Podem bagunçar que arrumo depois.


                                                        

Já observei  que aquelas casas onde encontramos almofadas jogadas, televisão ligada sem ninguém assistindo, brinquedo caído em um canto, são extremamente agradáveis. A casa está, literalmente, viva. Acompanha os movimentos de seus habitantes e essa aparente desarrumação em nada interfere na vida deles. Com um sorriso, alguém tira o brinquedo, recolhe algo que caiu... e os visitantes sempre se sentem à vontade.

Minha irmã, que tem filhos, nunca conseguiu deixar tudo em perfeita ordem. A porta de seu apartamento sequer fica trancada durante o dia. Sempre tem alguém entrando ou saindo. E não lhe causa surpresa encontrar amigos de seus filhos no café da manhã. Eles se arrumam como podem, ao chegar, e se acomodam em qualquer lugar. Aquele apartamento sempre teve vida. Ninguém se sente incomodado lá. Talvez ela, que gostaria de ficar com a casa impecável. Mas já deve estar acostumada a essa "aparente" desarrumação.


                                                           

A vida não está em móveis, paredes, objetos de decoração. Eles podem, simplesmente, tornar o lugar bonito. Mas o aconchego vem da energia de quem lá vive, das vozes alternadas que se ouve, dos risos, das brincadeiras... e até das lágrimas, da mágoa, da angústia.

Nem todas as casas cheias de gente têm essa vida. Em algumas, as brigas, os desentendimentos frequentes, as vozes alteradas, impregnam tudo com uma energia negativa que sentimos logo ao chegar. E que nos faz ir embora o mais rápido possível.

Concordo com o grande escritor, quando diz:
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Assim, mesmo aplaudindo suas sábias palavras, continuo com minha necessidade de manter a "casa arrumada", pois só com essa característica vou ver nela o meu lugar.



 


13 comentários:

  1. Marilene, bela reflexão! Cada um com suas necessidades.

    Tempo para viver! Arrumada ou bagunçada, o importante é o seu lugar nela

    bjs

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  2. Oi amiga!!!!!!!!

    Eu tb adoro uma casa arrumadinha, principalmente quando vem visitas... Mas embora eu seja dessas que adoram a ordem, nao gosto de limpar, hahaha
    Abaixo a política de ser escrava do lar, o importante é viver bem (com a casa arrumada ou baguncada), que o diga Drummond!!!


    Beijao grandeeeeee e bom final de semana!!

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  3. Bom dia,Marilene!!

    Que belo texto! Sempre gostei da casa arrumadinha, quando era solteira tudo estava sempre no lugar,(com exceção dos livros...rsrsr).
    Mas com os filhos...segundo seu texto minha casa esbanja vida!!rsrsr Por mais que eu arrume sempre tem alguma coisa fora do lugar, um brinquedo espalhado!!
    Mas a essência do texto, não é o tipo de arrumação, mas a austeridade das pessoas, é o que você percebeu, já que sente-se bem e feliz com a casa arrumadinha!É o que importa.
    **Agradeço muito a gentileza por teres visitado meu blog de contos!Obrigada!
    beijos .
    Bom final de semana!

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  4. Marilene,
    Bela escolha do nosso escritor maior,
    "Querido Carlos".
    Parabéns por conhecer-se e assumir-se tão bem.
    Várias formas de ser nos confundem, olhamos para os lados e ficamos sem saber qual o melhor caminho.
    A maturidade que independe da idade nos mostra que basta escolhermos ser o que realmente somos e assim seremos plenas e ficaremos em paz, não é mesmo?
    Gosto da sua forma de pensar.
    Visite-me se tiver um tempinho.
    Um grande abraço!
    Naomy
    http://naomykuroda.blogspot.com

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  5. Oi Marilene! Seu texto me fez lembrar de duas etapas distintas da minha vida. A primeira foi sua casa que me fez lembrar a minha antes dos filhos, impecável! Um amigo meu dizia que era impossível viver nela, era como estar dentro de um daqueles ambientes da revista Casa Claudia, vivia arrumando tudo o que as empregadas mudavam de lugar, uma verdadeira maníaca. A outra fase, foi o pós filhos, que se parece demais com a casa de sua irmã, e que me obrigou a mudar em alguns aspectos. Continuo maníaca por arrumação, mas com a galera que tenho aqui, isso se torna meio impossível. Então, estou tendo que me adaptar, mas a bagunça compensa pela alegria das crianças.
    Bj

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  6. OLÁ, MARILENE,
    GOSTO DE CASA ARRUMADA. TUDO NOS DEVIDOS LUGARES.
    ATÉ OS PANOS DE COZINHA EU ARRUMO SE ESTIVEREM COLOCADOS DE QUALQUER MANEIRA. MAS GOSTO DA MINHA CASA ASSIM. SINTO-ME SATISFEITA ASSIM. E SINTO VIDA NELA, POIS APESAR DE NÃO TER CRIANÇAS CIRCULANDO, TEM O SOM DAS MÚSICA DE QUE GOSTO. ELA ME TRAZ PAZ.
    BEIJOCAS.

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  7. Belo texto Marilene. Arrumado do nosso jeito, com a nossa cara, discos no lugar, mas no lugar que eu encontro. A nossa casa tem nossas características. E quando encontramos exatamente como deixamos, traz uma paz. Drummond fala tbm de nossa casa interior. O nosso corpo, nossa alma e espírito, devemos nos habituar a passar ilesa por situações de organização e desordem neste sobe e desce da vida. Bjs da Joii.

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  8. Oi Marilene,
    agradeco a sua amável visita e comentério em meu blog!! Espero que vc volte mais vezes!
    Amei a reflexao em seu blog...De fato um pouco de bagunca as vezes faz bem a alma.
    Um grande beijos e votos de uma feliz semana!

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  9. Nossa Mari... eu sofro com essa minha angustia em sempre deixar as coisinhas do jeitinho que eu gosto, dificil quando se mora com 4 homens(2 filhos, marido e um boxer).
    Te entendo perfeitamente, porque igual a voce, a organização me trás paz e harmonia, mas aprendi a desencanar, principalmente quando vem visita, porque nao tem coisa mais desagradável que a dona da casa limpando enquanto os convidados ficam olhando..rs.
    Adorei teu post,otimo mesmo!!!!!
    Beijocas!!

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  10. Marilene

    Vivi no campo, sou mais velho, de oito irmaos, podes imaginar a bagunça? Dizia-se por lá: "casa arrumada nao governa a vida". No caso, tudo bem, mas desgostava-me.
    Nao descansei enquanto, nao vim morar para Lisboa. Casei e para que acontecesse, CASA ARRUMADA, programei ser apenas de um filho.
    O apartamento, continua arrumadinho.
    Beijos

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  11. Bom dia,Marilene!!

    Vim deixar um beijo e desejar um ótimo início de semana!

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  12. ola. tudo blz? estive por aqui dando uma espiada. muito legal. gostei. apareça por la. abraços.

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  13. QUERIDA AMIGA
    SINTO A NECESSIDADE DE VER TUDO EM SEUS DEVIDOS LUGARES. AMO CASA ARRUMADINHA. PASSANDO ARA DEIXAR UM ABRAÇO E TE DESEJAR UMA LINDA TERÇA FEIRA. BJ NA TUA ALMA.
    BRISA

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