18 janeiro 2012

JOVENS E INDEPENDÊNCIA

                                                               
                                                               
Os filhos não querem mais sair de casa. Acomodaram-se. Aquele sonho que já vivi e muito presenciei, de ter espaço próprio, poder me sustentar, voar livre, parece ter desaparecido. Hoje, os jovens desejam a mesma liberdade, mas sem assumir qualquer responsabilidade. Para que ter que manter um apartamento, cuidar de sua limpeza, do próprio sustento, se já têm tudo isso na casa dos pais? E, muitas vezes, sem trabalhar. Alguns cursam uma faculdade após outra, sem definir o que, de fato, pretendem fazer, em termos profissionais. São os eternos "estudantes". Não adquirem maturidade e, tendo um dinheirinho para gastar na balada, já se dão por satisfeitos. Onde foram parar os sonhos? Os ideais?

Não vejo essa mudança com alegria, principalmente quando percebo que contam com a conivência dos pais, que os apoiam e os julgam jovens demais para andar com os próprios pés. 


                                                      
Essa é uma tendência que não está visível apenas no Brasil. Na casa dos pais podem eles ter a vida que desejam, sem lutar para isso. Recebem amigos, namorados(as), sem o dever, sequer, de contribuir para as despesas naturais de uma residência. De certa forma, são os pais a alimentar esse comportamento desastroso para uma sociedade, onde homens bem formados e independentes procuram novos caminhos e contribuem para o progresso do país. Os filhos não são propriedade dos pais e devem ser orientados, adequadamente, para que ocupem seu lugar no mundo. Essa dependência, baseada na comodidade, é retrocesso. Por mais doloroso que seja vê-los voar, sabemos que, só assim, saberão usar suas asas.


(Imagens retiradas da internet. Se, inadvertidamente, estiver a ferir direitos, gentileza avisar, para imediata regularização).

13 comentários:

  1. Marilene,

    Maravilhoso texto.
    Fico pensando porque isso anda acontecendo tanto?
    Concordo com você sobre os pais,mas penso que seja mais profundo que isso.
    Voar com suas asas é para esses jovens assustador. Para nós era libertador.
    Beijinhos

    Lucia

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    1. É mais profundo, realmente. Esse medo que alimentam vem da obtenção fácil das coisas, da satisfação de seus desejos sem qualquer retribuição. E alimentam a tola idéia de que o mundo lhes pertence e que são sempre credores.
      Bjs.

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  2. Convenhamos que é muito bom viver à custa dos pais e ser livre para fazer quase tudo.
    Tocaste num assunto importante, porque hoje há imensos jovens na situação que descreves.
    Beijo, querida amiga.

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    1. Essa comodidade é preocupante porque não vão aprender a fazer uso de sua liberdade, de forma produtiva.
      Bjs.

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  3. Marilene

    Noutros países desconheço se o fenómeno, que focas, existe. No entanto aí como aqui, a rapaziada não assumir responsabilidades é uma evidência. Resultado: "juventude ociosa velhice vergonhosa"?
    Beijos

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    1. É verdade, meu amigo. A ociosidade na juventude em nada contribuirá para que possam, um dia, ter forças para vencer os desafios que a vida impõe.
      Bjs.

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  4. Verdadeiro!
    Real!
    Qual será o futuro de nossa juventude?
    Cabe aos pais mostrar o caminho aos filhos.
    Cabe aos filhos percorre-lo da melhor maneira possivel.
    Sigo sua irma. Agora sigo vc!!!
    Se quiser será bem vinda.
    Bjos de luz

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  5. Concordo com você. Acho que nesses casos o erro está mais nos pais que nos filhos.

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  6. OI MANA,

    Concordo que esta comodidade dos jovens, com a aquiescência dos pais, constitui um retrocesso. Creio que muitos pais, até por uma atitude egoísta, preferem que os
    filhos permaneçam por perto. Todavia, esquecem-se eles de que os jovens têm responsabilidades perante a vida e devem voar livres em direção ao seu aprendizado e crescimento. Enquanto eles tiverem o aval dos pais, viverão à sombra dos mesmos.

    Beijos.

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  7. Marilene, um beijo no seu coração. De fato é preocupante sim esse assunto Existe um grande comodismo nos jovens de hoje. E o que é pior, comodismo mental. Não sonham, não desejam, não buscam e nem sabe ao menos o que querem. Talvez isso explique a qualidade de boa parte de juventude que o mundo tem hoje.

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  8. Marilene,
    Sempre pensei em educar minha filha para estudar, ter sua família, ser feliz, e não para me servir de companhia, mas confesso que quando ela foi morar fora para estudar, a casa ficou vazia, fiquei um pouco perdida, mas já está passando, e tenho muito orgulho por ela estar trilhando seus próprios caminhos. Educar um filho não é fácil, e como você mesma escreveu, eles tem toda liberdade em casa, com dinheiro fácil, não precisam morar fora. É complicado, quem tem filhos sabe que não é fácil! Um abraço!

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  9. MARILENE, é muito decepcionante isso. De quantos seminários e palestras eu participei para me preparar para entender que a gente cria os filhos para o mundo. Começou a crescer as asas, já pode voar. Se tem preguiça a gente dá uma "empurradinha". E não precisa ter medo da cria cair. Ela sabe que está com duas alternativas. Voar ou cair. Então ela voa. Em princípio meio desajeitada: vôos baixos. Em seguida vão pegando experiência e o voo vai se aprumando.
    Sinceramente, se a juventude se acomodar e deixar de lutar, o que será desse mundo.
    Beijos.
    Manoel.

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