13 abril 2011

COMPORTAMENTO-AMIZADE

                                                               
As pessoas são muito diferentes. Algumas se abrem com enorme facilidade, expõem sua vida, seus sentimentos, suas mágoas. Nada guardam. Até nos momentos de insatisfação dizem o que pensam e se sentem aliviadas. Compartilham tudo. Há um lado bom nisso, não levam seus aborrecimentos para casa e viajam mais leves. Sua bagagem não contém ilusões desfeitas, ira, culpa. Se virarmos a moeda, no entanto, vamos ver que deixaram para trás  pessoas magoadas com o que ouviram, insatisfeitas com seu comportamento, ressentidas com suas atitudes. E mais, há os que não respeitam a confiança recebida e passam adiante, sem cautela, tudo que ouviram.

Outras, não encontram ninguém que, em seu entender, mereçam confiança. Ficam enclausuradas em seu mundo particular, remoem feridas, planejam vinganças e nunca conseguimos saber o que pensam, o que dificulta, sobremaneira, uma possibilidade de auxílio.

Considerando as desvantagens dos dois tipos de conduta, tenho que é melhor se abrir do que guardar tudo. Se dissermos que estamos magoadas quando alguém faz algo que não nos agrada, damos a essa pessoa a possibilidade de se explicar, transformando o incidente em um fato banal, que logo cai no esquecimento. Se perdemos essa oportunidade, vamos acrescentar mais um ítem desnecessário em nossa bagagem, aumentando seu peso nos caminhos da vida.

                                                    
A visão de um acontecimento não é igual para todos. Os valores diferem . Por isso, falar sobre ele pode abrir caminhos e mentes. Estamos sempre em fase de aprendizagem. Ser radical, muitas vezes, é a maneira encontrada por alguns para mascarar sua insegurança. Não existe demérito em mudar de idéia face a argumentos inquestionáveis. Não é humilhação voltar atrás em posicionamentos, pedir desculpas, perdoar.

As quedas são para todos. Uns se levantam imediatamente, têm maior facilidade para lidar com desafios, preparo para sair dos buracos  e se libertar das dores tirando apenas a terra do corpo. Outros, ali permanecem, jogados, sem coragem para um recomeço. Daí a importância de se abrirem. Imaginam que estão em um buraco de grande profundidade e vão ficar sabendo que estão com uma visão equivocada , que para dele sair basta um pequeno salto.

Quantos erros cometemos por não confiar nas pessoas. E quantos erros também cometemos ao confiar demasiado nelas. Um impasse? Certo que não. A confiança exige conhecimento prévio e é construída, não surge do nada. A questão, por consequência, não está na confiança em si, mas em quem é depositada. Possuímos mais conhecidos que reais amigos. E a diferença entre eles é fundamental. Amigos dizem verdades que nem sempre queremos ouvir. Conhecidos permanecem em silêncio para não se envolver ou dão um tratamento por demais insignificante aos fatos que temos como um problema. Amigos a gente pode acordar no meio da noite e estarão dispostos a nos ouvir, sem reclamar. Conhecidos vão nos dizer que estão com sono, sem condições de raciocinar, e que estamos vendo moscas que não existem em nossos copos de água. Logo nos descartam e voltam a dormir . Um exemplo um pouquinho exagerado de minha parte, porque acordar alguém no meio da noite também não é conduta apropriada para um amigo, salvo se a situação for de real urgência. Mas acontece. E quanco ocorre vamos nos sentir mais confortáveis por dividir com alguém o nosso momentâneo fardo.


                                                         

Por falar em amizade, a belíssima voz de Milton Nascimento, em Canção da América. Um presente para os ouvidos e o coração.

Um comentário:

  1. JÁ TIVE AMIGOS ASSIM. UMA, EM ESPECIAL, JÁ NÃO MORA NESTE MUNDO.
    ÓTIMA POSTAGEM.
    BJ.

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