26 abril 2011

ATOS DE VIOLÊNCIA


                                                               

Não há um dia sequer que, ao lermos as notícias, não nos deparamos com atos de violência. E nem me refiro à "bestialidade" das guerras, das lutas por poder, algumas das quais camufladas por fundamentos religiosos. Ninguém que professa uma religião pode conceber que se mate em nome de Deus. Esse procedimento fere  os princípios de todas as religiões. Não importa que nome se dê a ela, Deus é único e não vivemos mais nas crendices de outros séculos.

Estou me voltando para a violência entre indivíduos, muitos dos quais unidos por laços familiares. Atos de violência que, se não noticiados, se não provados, nos seriam inconcebíveis. Violência física, violência moral, violência psicológica.

Há tantos casais desejando filhos, dispostos a adotar, e vemos mães jogando seus filhos fora para que morram mesmo, sem pensar em deixá-los em outras mãos. Trauma pós-parto? Não, medo. Medo da família, medo de não ter condições de criá-los, medo por serem fruto de uma traição...  é a justificativa que algumas mães tentam utilizar. Mas não cabe em espaço algum, é inaceitável.  



                                                      
E os pais, tios, amigos??? Que matam, que machucam fisicamente, que violentam sexualmente crianças que nem sabem ainda falar? Fico tão atordoada com esse tipo de notícia! E quando são entrevistados encontramos rostos que, se víssemos nas ruas, julgaríamos não pertencerem a pessoas capazes de tais atos.

E a conivência silenciosa? Mulheres que têm ciência do abuso sofrido por suas filhas e ainda as julgam culpadas, provocadoras. Ou ficam silentes para não perder o marido, destruindo vidas, criando traumas que anos e anos podem ser incapazes de destruir.

E as que são as próprias vítimas dessa violência e, assoladas pelo medo, não têm coragem para falar sobre o assunto, para denunciar? Mulheres cujo sofrimento só vamos conhecer quando a notícia for sobre seu cruel assassinato.                                             

As leis de apoio e proteção não terão qualquer valor diante do silêncio. É preciso que essas vozes sejam ouvidas. E muitas vezes até o são, mas caem em ouvidos errados, de policiais que não levam a sério as denúncias, que tratam a matéria com singularidade imperdoável.

E esses fatos acontecem no mundo inteiro. Outro dia  li a reportagem sobre um homem procurado pela polícia francesa, suspeito de ter assassinado a esposa e quatro filhos. E fiquei mais surpresa ainda pelo fato de um estudo pericial indicar que não se trata de um surto de loucura, pois foram assassinatos bem planejados, só descobertos porque encontraram os corpos enterrados.


                                                                   
Podemos estar convivendo com esses agressores e com essas vítimas da violência. Podem estar mais perto de nós do que imaginamos. Pode estar acontecendo com nossos auxiliares domésticos, com colegas de trabalho, com vizinhos ou meros conhecidos.  Mas não podemos ficar em silêncio ao tomarmos conhecimento de atos da natureza. Podemos ser solidários , levar os agredidos a fazer uma denúncia. A verbalização da violência é um pedido de socorro que não devemos ignorar.


3 comentários:

  1. De fato Marilene.. nos omitirmos diante de fatos assim é como estarmos coniventes com a situação!

    Beijocas super em seu coração..
    Verinha

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  2. Olá, Marilene. É um fato que nos deparamos com frequência quando se trabalha com crianças, principalmente aquelas que moram na periferia.E o que nos doi é quando as agreções, as violências sofridas são praticadas , na maioria das vezes ,na própria família.
    Beijos e tenha uma ótima semana.
    Zelia

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  3. REALMENTE, OS ACONTECIMENTOS JÁ SÃO TÃO
    ROTINEIROS QUE PASSAM A SER VISTOS COM FRIEZA
    PELAS AUTORIDADES E ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS. OS
    ALARDES DA IMPRENSA SÓ SERVEM PARA AUMENTAR O
    PÂNICO, MAS GRAÇAS A ELES UMA PRESSÃO É EXERCIDA NO SENTIDO DE OBTER-SE AÇÕES DE COIBIÇÃO AOS
    ABUSOS COMETIDOS.
    BJ.

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