15 novembro 2020

A LIGAÇÃO



 

Ouço o telefone chamar, do outro lado.  Uma voz de homem responde : alô! 
Faço aquela pergunta que não me agrada ouvir, em situação inversa:
- Quem está falando? 
Diante do silêncio dele, continuo: 
- Estou ligando para o consultório do doutor fulano?
- É ele, diz o homem.
Eu esperava uma secretária, mas pedi que me marcasse uma consulta.
- Diga-me seu nome e telefone, que ligo mais tarde, pediu.
Fiz isso e constatei que meus propósitos para a tarde estavam comprometidos, pois teria que aguardar o retorno daquela ligação.

Uma hora depois, aproximadamente, o telefone tocou. Reconheci a voz que por mim procurava. Identifiquei-me, renovei meu pedido, e ele questionou sobre quem o havia indicado.
- Ninguém, respondi. Encontrei seu nome na relação de credenciados.
- Não estou atendendo primeiras consultas, me afirmou.
- Não busco um tratamento prolongado, preciso  apenas de uma uma orientação, argumentei.
E ele repetiu, ríspido: 
- Não atendo primeira consulta!
- Então finge que é a segunda, eu disse, já rindo.

Ele não gostou . Desligou. Deve ter pensado que eu estava precisando era de um psiquiatra.

Mas eu ganhei meu dia, de tanto que ri depois.


                                                      Marilene



19 comentários:

  1. Bah! Que comportamente dele...Vai ser difícil ter uma primeira consulta assim! rs...CADA UMA que aparece, né???rs beijos, tudo de bom,chica

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    1. Chica, achei muito estranho ele não atender primeira consulta. Fiquei com raiva. Tenho certeza que o deixei furioso kkkkkkkkkkkkkkkkk. Pelo que entendi, se alguém me houvesse recomendado... Valeu a risada!!!! Bjs.

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  2. Lis
    PArece ficção mas se foi realidade. também me estou a rir com vontade.
    beijinhos
    :)

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    1. E verdade rss. No começo da pandemia estávamos desorientados quanto às consultas e eu precisava de uma receita. Escolhi um médico que tem consultório no bairro. E deu nisso. Ele pode ter pensado que sou louca, mas me fez rir. E muito. Bjs.

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  3. Olá, Marilene, que bom a poeta cronista não perdeu o humor. É um sinal de que há ainda muita energia nesta luta invisível que travamos contra o vírus. No meu sentir, Marilene, acho que quem está precisando de psiquiatra é esse danado do médico, que pelo jeito demitiu a sua secretária.
    Gostei e dei boas rizadas da tua crônica.
    Uma boa semana,
    um abraço!

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    1. Pedro, não entendo isso. Um médico que deseja atender apenas os clientes antigos! Conheço outros que o fazem, mas não se filiam a convênios, o que lhes dá essa liberdade. A pandemia estava começando e eu precisava de uma receita. Minha médica tem consultório longe e eu estava apavorada demais para ir lá. Os profissionais ainda não estavam prestando serviços pela internet. E o cretino foi ríspido comigo. Acabei conseguindo a receita com um amigo. Mas gostei foi das risadas que o fato me provocou. Obrigada pelo comentário. Linda semana para você e Tais. Abraço.

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  4. Nada como uma boa ironia para "matar" um "com rei na barriga"!
    Sorrisos! :)

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    1. Fá, não consegui controlar o riso ao dizer a ele que fingisse ser a segunda. E ainda dei boas risadas depois. Bjs.

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  5. Como assim? Se é preciso saber as queixas da paciente para saber se precisa encaminhar a outro profissional. Estranho.
    Muito bom Marilene

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    1. Atitudes que não entendemos rss. Creio que o deixei indignado com meu comentário. Mas gostei mesmo foi de dar uma risada. Bjs.

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  6. Não percebo por que ele não esclareceu logo no 1º contato...

    Ainda bem que se riu, Marilene.

    Tudo pelo melhor. Bjs
    ~~~~~~

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    1. Majo, como foi ele que atendeu, imaginei que estava atendendo algum paciente, razão de não marcar minha consulta. O fato de querer saber se eu tinha sido recomendada por alguém, também entendi. É costume os médicos fazerem essa pergunta. Mas a atitude dele foi clara, não quer mais clientes. Por isso fiquei irritada. Mas feliz por rir depois. Bjs.

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  7. Rindo muito, ao imaginar a cara do malcriado, Marilene! Realmente, às vezes pequenos prazeres nos fazem ganhar o dia! :) Boa semana, meu abraço.

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    1. E foi o que me aconteceu kkkkk. Obrigada pela presença. Abraço.

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  8. Mas que grosso rsssssss!!
    Marilene, esse eu nunca mais procuraria, não quer mais, deve estar de saco cheio da vida. Mas isso existe. Esse me lembrou de um que telefonei, faz alguns anos, deu-me um remédio que não estava me fazendo bem e no telefone ele foi muitíssimo delicado: "como é que a senhora sabe disso?" Eu respondi: porque sou eu que estou tomando!!! E apaguei o infeliz, nunca mais. Mas é decepcionante um médico agir assim. Mas dei boas risadas com essa tua crônica! São situações que não esperamos, surpreendente! Uma respostinha temos de dar, por que não?
    Cuide-se aí, amiga, aqui já voltamos para o vermelho! Estava bom demais para ser verdade...
    Beijo, uma boa semana!

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    1. Sabe Tais, eu elogio os médicos que estão na linha de frente, mas nunca podemos generalizar. Há profissionais e "profissionais". O seu também foi muito infeliz kkk. É para apagar mesmo. Eu até poderia reclamar no convênio, mas deixei pra lá. Melhor ignorar. Ainda hoje estava comentando sobre o aumento dos casos no Brasil. Confesso que estou apavorada, amiga. Isso é resultado da falta de responsabilidade de muitos. E da decisão de deixar as fronteiras aéreas abertas para qualquer um, mesmo com a situação já vivida no exterior. Tá danado!! Grande beijo!

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  9. ... talvez esteja entediado com a pandemia , Marilene !
    Lol
    Beijinho

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    1. Não foi profissional rss. Todos estamos vivendo dias de desassossego e temos que enfrentar as nossas lutas com sabedoria. Se me tivesse dito que não aceitava novos clientes, até entenderia. Bjs.

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