25 julho 2013

SOLIDARIEDADE

(Benoit COURTI)
                                             
                                                         
Estamos tão acostumados a não nos envolver quando presenciamos cenas desagradáveis e injustas, que nos surpreendemos quando atos que deveriam ser corriqueiros são praticados.

Quando vi, em jornal da TV, um motoqueiro batendo em um motorista, após discussão no trânsito aqui em Belo Horizonte, imaginei que, se presente, pediria socorro e ligaria para a polícia, tão somente. Entretanto, uma senhora se colocou entre eles, assumindo o risco de levar, também, umas pauladas. Só depois de sua atitude é que outras pessoas, que tudo olhavam, quietas, detiveram o motoqueiro, de forma agressiva, até que a polícia chegou e interveio.

Isso me fez lembrar que, há muitos anos, meu carro parou, repentinamente, em uma avenida movimentada de São Paulo. Começaram a buzinar, passavam e me xingavam. Inexperiente, não sabia o que fazer. À época, nem tinha celular. E foi uma médica, de uma clínica localizada no outro lado da avenida, que veio me ajudar. Sugeriu que empurrássemos o carro para a ilha, liberando o trânsito. Depois, então, eu poderia adotar outras providências. Tive medo de não controlar o volante de forma correta, mas nós duas começamos a fazer com que o veículo se movesse. Estava difícil e continuavam a buzinar e reclamar. Um motorista de táxi, sensibilizado, parou e nos auxiliou. Ninguém mais se apresentou para isso. Agradeci, fui para casa, e meu tio se dirigiu ao local para rebocá-lo.

Estamos carentes de gestos de solidariedade. Alguém vai ajudar, pensa a maioria. Mas o pior de tudo são as reclamações sobre os inconvenientes que, sem desejarmos, causamos. Além de não auxiliar, muitos ficam observando as cenas, rindo, filmando, sem qualquer movimento que mostre sensibilidade.

E assim, cada vez de forma mais fria, seguem os seres humanos.


                                                                             Marilene






20 comentários:

  1. No jornal que li a notícia, constava que o motorista do carro, involuntariamente, atingiu a moto, e ele ainda foi socorrer o motoqueiro, que começou a agredi-lo.

    Eu não tinha conhecimento da participação dessa senhora. Ainda bem que nestas horas aparecem pessoas como ela e a outra mulher , que te ajudou.

    O mundo está cada vez mais carente de boas almas.
    Dá pra desanimar! Salve-se quem poder!

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  2. Marilene
    A solidariedade nos grandes centros urbanos, é quase letra morta. Por experiencia própria (nunca viro cara à luta), por vezes se para caro, em tempo, felizmente só em tempo. Porém muitos sempre evitam qualquer conflito. E por vezes é tão simples ajudar o semelhante.
    Beijjos

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  3. Olá, querida Marilene
    Como eu moro numa cidade menor, quando vou ao RJ, por exemplo ou noutras capitais, me ponho a observar a indiferença das pessoas (minha também) diante de tantos absurdos de toda ordem...
    Aí vejo de que pó sou feita e só posso mesmo bater no peito em determinadas ocasiões...
    Tenho medo das cidades grandes...
    Agora, aqui ou noutro canto menor, sou toda sorriso e solidariedade porque as pessoas ainda conservam a gentileza como parte do dia a dia... e é tão bom!!!
    Que pena ser assim, tudo tão seco e cruel!!!
    Sou danada pra cair no "conto do vigário"...
    Tenh pavor d evioklência d etodo tipo...
    Já fique na Presidente Dutra com filhos pequenos enrascada com o carro e tive ajuda mas agora, seríamos talvez mortos e o carro depenado...
    Ótimo post, amiga!!!
    Bjm de paz e bem

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  4. Fico pasma com essa realidade que enfeia o mundo,não? Uma pena, mas falta realmente muito, muito e muiiiiiiiiiiiito mais solidariedade! bjspraianos,chica

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  5. Boa noite Marilene :)
    Os seres humanos estão cada vez mais frios e insensíveis para com o próximo.
    Praticar um ato de solidariedade,não é ter pena dos outros,
    é compreender e ajudar sem pedir nada em troca,
    entretanto a manifestação desse sentimento,anda em baixa,infelizmente.
    Bjs!

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  6. Amiga Marilene, estou convencido de que a raiz de quase todas as mazelas enfrentadas pelo homem, reside na falta de solidariedade. A solidariedade é a graça divina caída sobre os espíritos nobres.
    O homem solidário não conhece o egoísmo, nem a vaidade, nem o orgulho, nem a inveja, além disso pratica a benemerência, a cordialidade, a urbanidade, a hospitalidade, o altruísmo...
    Quando o homem for solidário integralmente, não haverá desavenças, nem crimes, nem corrupção...
    Um abração. Tenhas uma boa noite.

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  7. Sem dúvida, Marilene. Hoje em dia corremos o risco de levar um tiro de algum motorista maluco que na hora da raiva não pensa. Isso em qualquer situação, não só no trânsito. Preocupante. Ótima postagem. Bjs

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  8. Amiga, infelizmente a humanidade anda tão envolta com os seus próprios problemas, que não enxerga seu irmão que talvez esteja pior que ele!
    Obrigada por compartilhar conosco.Bjs e uma ótima tarde.

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  9. Realmente a solidariedade anda precária dentro do ser humano. É raro alguem intervir ao vir alguem sendo prejudicado ou agredido.Muito raro!

    Beijos

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  10. Olá mana,

    O medo, a pressa, a indiferença e o egoísmo formam barreiras à prática da solidariedade, infelizmente. Admiro quem intervém em favor do próximo, numa atitude de pleno desprendimento, como no caso citado.
    Somente através da solidariedade poderemos construir um mundo melhor e mais fraterno.

    Beijo.

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  11. Oi Marilene,

    Eu concordo contigo, estamos carente demais de solidariedade, As pessoas dizem que o Brasil é um Pais de pessoas solidária, mais para o transito isso anda precário.
    Já aconteceu comigo de precisar de ajuda com meu carro em pleno transito e tive que me virar sozinha, na verdade o que mais mata são as buzina, e ninguém toma atitudes em dar pelo menos uma mãozinha.
    Quando o ser humano for mais solidário acredito que vai haver grandes transformação no mundo.
    Excelente abordagem fizeste!

    Deixo um beijo e desejo de uma ótima noite!

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  12. Marilene,
    belo texto!
    Recordei que já empurrei muitos carros dos outros em situações parecidas. E se o ser humano fosse de fato mais solidários, todos nós seríamos mais seguros, nos sentiríamos mais garantidos, mas... infelizmente...
    Beijos!

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  13. Bom dia, amiga Marilene
    Gostei deste seu texto, uma chamada de atenção, muito pertinente, para a violência que grassa pelo mundo fora, a todos os níveis.
    Tenho consciência que o problema não é de fácil resolução, mas, ao alertarmos para ele... estamos a dar a nossa contribuição.
    Tenha um dia feliz.

    Um beijo

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  14. Bom dia, Marilene. A humanidade perdeu a beleza e o amor ao gesto de ajuda ao próximo.
    Raras são as pessoas que ajudam, colocam-se no lugar da pessoa, ou simplesmente ajudam sem esperar nada em troca.
    O mundo está como você descreveu, absurdamente banalizado com mortes e violências de todos os tipos.
    Deus não nos criou para isso, a única explicação que tenho, é que as pessoas se afastaram do amor divino, seguindo os seus próprios interesses.
    Que bom que existem as almas caridosas, sempre haverá.
    Tenha um lindo dia, lembrando-se, que ajudar é sempre bom, ainda que seja em palavras.
    Quantos não precisam de uma palavra e não recebem?
    É o individualismo matando o homem na alma, ou o que restou dela.
    Beijos.

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  15. Grandes verdades vc escreveu,Marilene.

    Falta solidariedade e amor ao próximo.




    Desculpe não ter visitado antes,mas minha conexão está péssima e minha visão também.

    Opero o olho direito no próximo dia 7/8 e estarei afastada por um tempo após a cirurgia.

    Obrigada pela visita e ótima semana.

    Beijos

    Donetzka

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  16. Bom dia, querida Marilene!

    É mesmo desse jeito, é mesmo verdade.

    Motorista de táxi não costuma ajudar, porque eles "sabem tudo" e se "divertem" vendo as "aflições" dos outros, em geral.

    Em Portugal, e se o acontecimento não se verificar em hora de ponta (de muito trânsito), até que há sempre um cara simpático, pronto a ajudar, nem que seja para demonstrar que o chamado sexo "forte" é que mais uma vez solucionou a questão.

    Enfim, é o mundo que temos e em que temos de viver.

    Tenha um excelente fim de semana.

    Beijos da Luz.

    PS: me esqueço, sempre, desse seu blogue. Me desculpe, sim?

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  17. Bom dia, Marilene!!

    Infelizmente o ser humano está cada vez mais insensível...acabamos por nos acostumar com e nos acomodar.Muito triste.É mais fácil ser solidário com aqueles que vemos mais seguido, do que com um estranho assim na rua, sempre se tem receio...
    Tendo contado com outros pontos de vista, outras formas mais filosóficas de pensar, ando muito mais questionadora, mais observadora, mas ainda assim não posso garantir 100% qual seria minha reação num incidente destes...ás vezes o medo vence, ou será que não?! Podemos ser imprevisíveis em algumas situações...
    Que belo texto para refletir!!! Divaguei!rs
    Beijos!!

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  18. Se houvesse de fato solidariedade entre todos o mundo seria mais bonito e a vida mais fácil de viver para todos.
    Belíssimo texto querida Marilene.
    Grande beijo em seu coração.

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  19. Marlene: Tem casos e casos, veja esse:
    Eu brigaria feio se visse alguém, uma cuidadora de doentes, maltratar um velhinho na rua, como apareceu domingo no Fantástico. Tenho certeza que iria a mil pra cima daquela mulher. Você deve ter visto, foi uma simulação, mas perfeita. Eu também brigaria se visse alguém maltratar um animal em qualquer lugar.
    Mas não me meteria se visse alguém lutar com um ladrão para não entregar seu carro - como vi recentemente na calçada do meu prédio. A mulher poderia ter levado um tiro.
    No seu caso, eu lhe daria a mesma mão que a médica deu! E lhe acalmaria. Já no caso do motoqueiro, eu não me meteria entre eles, talvez chamasse a polícia.
    As pessoas andam com muito medo de ajudar, muitos andam armados e com uma agressividade enorme.
    Beijos mil!

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  20. Fico horrorizada com tanto desprezo que o ser humano pratica para com seu semelhante. As vezes temos a impressão de estarmos ilhados. No seu caso por exemplo: Tantos outros motoristas, poderão em alguma ocasião estar passando pelos mesmos apuros e mesmo assim se sentem em condição superior e preferem agir de forma agressiva, ou se fazem de transparentes. Acontece também de sentirmos medo em oferecer ajuda, o mundo anda tão violento que a solidariedade, fica dentro de nós, apenas na vontade de praticá-la.
    Bjs. Marilene.

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