19 outubro 2011

DESENLACES


                                                                 

Eles marcaram de se encontrar em um restaurante e ela convidou uma das amigas, pra lhe fazer companhia, até que ele chegasse. Enquanto aguardavam, tomaram um suco e conversaram. Quando viu que ele se aproximava, ela fez sinal para o garçom. Ele as cumprimentou e perguntou: o que pretende? Pagar a conta, respondeu. Se ousar fazer isso, nem vou me acomodar. Mas você não é responsável pelo que consumimos, disse ela. E ao ver sua expressão sombria, permaneceu em silêncio, deixou que ele acertasse a conta, despediram-se da amiga e saíram. O programa não foi agradável. No ar, um clima de insatisfação. Outras situações da espécie passaram a ocorrer, mas ela não permitiu que a vontade dele predominasse. Não muito depois, ele se abriu. Não sei lidar com mulheres independentes, que me trocam por reuniões de trabalho; escolhem o lugar onde devemos ir ; se me esperam, insistem em pagar a conta... Realmente, não havia mais o que discutir. Um homem inteligente, um jornalista, e uma significativa falta de sabedoria. Enfim,  ADEUS !

                                                               
A empresa faliu e ele ficou desempregado. Parecia ser um homem simples, que sabia respeitar as pessoas. Depois de uns dois meses, batalhando, conseguiu trabalho. Ficou entusiasmado, ia ocupar, desde logo, uma função de gerente. E onde foi parar o homem cordato, que sabia ouvir? Tirou a capa, repentinamente. Os empregados já eram chamados de subordinados incompetentes. Os lugares que frequentavam já não eram adequados a sua "importante presença". A maneira como ela tratava as pessoas merecia correções, pois estava em um plano superior e não deveria se igualar a todos. E assim, como ela não era, também, semelhante a ele,  preferiu seus iguais. Enfim, ADEUS!

                                                      
Ela disse ao namorado que algo estava errado no relacionamento. Ele fingiu não escutar e perguntou onde ela desejava jantar. No restaurante, para não tratar de um assunto delicado, conversaram sobre banalidades. Quando ia deixá-la em casa, ela o convidou a entrar. É tarde, respondeu. Mas ela insistiu. Precisamos conversar. Homens não apreciam isso, principalmente quando já estão a pressentir um afastamento. Gosto muito de você, disse ela, mas perdemos todo o envolvimento emocional no relacionamento físico. Não há novidade, não há prazer. Ao ouvir isso, ele a culpou e ainda disse que era de se esperar, pois as mulheres, na menopausa, perdem o interesse pelo contato físico. Ela já sabia que ele não entenderia ou aceitaria ser contraditado, pois qualquer coisa que afirmasse machucaria sua masculinidade. E assim, concordou. Abraçou a responsabilidade pelo fracasso (sua menopausa), afirmando que a relação não continuaria inteira e que era melhor se afastarem. Ou continuarem, mas somente como amigos. Ele não concordou, procurou encontrar outra solução. Mas ela, já insatisfeita, preferiu o não, bem como  o fato de que ele, certamente, diria aos amigos que sua menopausa teria destruído a relação. Melhor assim, pensou. Ele iria embora com a sensação de que fora um grande amante, mas ela ficaria livre, leve e solta. Enfim, ADEUS.

Há outros, mais divertidos (heheheheheheh) !
Qualquer semelhança com fatos reais não é mera coincidência.

(Imagens retiradas da internet. Se, inadvertidamente, estiver ferindo direitos, gentileza avisar, para imediata regularização.)

12 comentários:

  1. Muito boa a tua história, amiga Simone.
    Um abração. Tenhas um lindo dia.

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  2. Embora sendo história fictícia, a realidade está inserida no contexto dessa ficção. Pode crer! Parabéns, minha querida. Beijos no seu coração.

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  3. Adorei!Lembrei até do livro Ninguém é de ninguém, de Zíbia Gasparetto.
    Parabéns por suas histórias!!!

    Beijão!

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  4. Olá Marilene

    Adorei encontrar vc aqui na blogolândia. Sou Kinha do blog AMIGA DA MODA e vim conhecer seu espaço. Gostei e já estou te seguindo. Vou aguardar a sua visita e ficarei feliz se me seguir também.

    Bjooooooooooooo......................
    www.amigadamoda1.com

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  5. Ela disse adeus...lembrei da música dos Paralamas do Sucesso.
    Mas que dificuldade de crescer que alguns, para não dizer muitos homens têm não???
    Beijos Marilene!

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  6. Olá MANA,
    Contos que traduzem a realidade. Muitos homens, não todos, graças a Deus, conservam uma imaturidade permanente. Não crescem e por isso não se ajustam a um relacionamento prazeroso. Deixam-se dominar pelo orgulho e pelo preconceito.Pior para eles, né? (rsrsrsrsrs).
    Beijos meus. (Mudou de novo o visual do blog, hein? Ficou bonito).

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  7. Muito parecido com varias historias por ai.
    Bom passar aqui!
    Bjos no coração e tudo de bom...é sempre bom te ler..

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  8. Marilene

    Lendo e meditando, a mulher passa por sindromas, para que o homem devia estar preparado e agir com compreensão, amor e amizade. Ao invés, não raras vezes, não sabe entender a companheira, a sua natureza específica e fica pronto a estragar uma vida, que podia e devia ser compreendida na compensadora cumplicidade e amizade.
    Beijos

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  9. Oi, Marilene: são históricas que nos mostram as diferenças não entre homem e mulher, mas diferenças entre os seres humanos. E estas incompatibilidades existem entre pretensos amigos, entre pais e filhos, entre professores e alunos, entre empregados e patrões. As diferenças entre homens e mulheres se vê pelo machismo que vem desde que o mundo é mundo. A culpa sempre é do mais fraco, nesse caso a mulher. Bem que as tomadas de posições já estão virando o jogo. Mas é aquela coisa: achar o par certo; é difícil, mas não impossível.

    Grande beijo
    Tais

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  10. Marilene,
    Gostei muito. Os teus "adeuses" que marcam d fim de relações ou desajustes, mais do términos, parecem indicar o início de uma liberdade encontrada após algum percalço. Parabéns pelos mini contos, JAIR.

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  11. Três histórias que estavam mesmo a pedir um "Adeus"!
    São o reflexo duma sociedade em que reina a incompreensão, a intolerância, o não aceitamente do outro.
    Relacionamentos com pessoas assim não podem ter outro fim...

    Continuação de boa semana. Beijinhos

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  12. É... a vida tem dessas coisas, e ficar com alguém que não tem nada a ver conosco é fracasso certo.
    Muito legal teu conto, beijos á ti!

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