05 maio 2011

A NATUREZA


                                                                     

Com sua roupagem que já fora verde, então amarelada pela estação, eu a vi passar, desgarrada de seu porto antes seguro e agora levada, aos trancos e barrancos, pelo vento. Houve um tempo em que tivera brilho. Houve um tempo em que tivera vida. Bateu no vidro dianteiro do meu carro e lá permaneceu por alguns segundos, retornando à sua caminhada, até cair no chão.  Eu a comparei à vida. Temos época de intensa luz e vamos aos poucos desbotando, perdendo o viço. Tal qual aquela folha de outono.


Mas não nos desgarramos de nossas raízes. Não nos deixamos levar pelas tempestades. Em muitos casos, somos o esteio, o forte caule que mantém ereta a flor. Seja qual for a estação, nossa caminhada pode render frutos, pode trazer benefícios a outras pessoas e a nós mesmos. Tudo depende de nossas opções. É certo que podemos fraquejar e nos deixar levar pelas angústias, pelos desatinos, pelos descaminhos. Mas não dependemos de uma estação para viver, para nos reinventarmos, para nos levantarmos.
                                                                             


Aquela folha de outono me levou a várias reflexões. Temos escolhas e vários caminhos a percorrer. A natureza segue seu curso. E até ela se renova a cada estação. Se folhas caem, se as árvores nos dão a impressão de estarem secas e fadadas ao fim, sabemos que vão se recuperar. Logo terão novas folhas, receberão outros ninhos, voltarão ao mesmo  encanto. Tudo a seu tempo e lugar.
                                                                                       


A natureza é sábia em todos os seus segmentos. No reino animal não há leis, qualquer tipo de regra escrita, de comportamento previamente determinado. Mas cada espécie tem seu rítimo, sua conduta, seus meios de reprodução seguidos sem necessidade de instrução. No reino vegeral, cada morte gera uma nova vida, se ocorreu seguindo as leis da natureza. Não há desaparecimento ou perda sem razão.
                                                                              
A natureza humana é que precisa de orientação. Precisamos aprender a respeitar a condição das outras. A árvore ceifada pelo homem , as espécies por ele destruídas, deixarão de existir. Não somos os donos do universo e dele não podemos dispor com vistas ao nosso prazer e em nome desse prazer.

                                                                   
Os resultados de nossas condutas estão a se mostrar, a cada dia. As estações não seguem o mesmo curso. A chuva assola. O mar se revolta. Assistimos a isso penalizados com aqueles que foram vitimados. Mas uma pergunta não deseja ficar sem respostas: estamos fazendo nossa parte para evitar tudo isso?

Fazemos parte da história. Nós a escrevemos com nossos atos, nossas conquistas e nossos fracassos.  Só espero que, em um dia não muito distante, não tenhamos que  contar a netos e bisnetos uma nova estorinha, começada por: era uma vez um mundo lindo, com bastante água, muito verde e muitos animais ...


4 comentários:

  1. ACREDITO QUE MUITOS JÁ PERCEBERAM A NECESSIDADE
    DA MUDANÇA, MAS BEM POUCOS TÊM A CONSCIÊNCIA DE
    APLICÁ-LAS.
    SERÁ MESMO MUITO TRISTE SE OS FUTUROS HABITANTES
    DESSE PLANETA TIVEREM DE OUVIR APENAS CONTOS A RESPEITO DA BELEZA DO MUNDO QUE HOJE DESFRUTAMOS SEM ZELAR POR ELE.
    BJ.

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  2. muito importante a preocupação com a natureza...Temos que cada vez mais tê-la presente e fazer algo por ela...beijos,chica

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  3. Apesar de achar que despertamos um pouco tarde em relação a preocupação e os cuidados com o nosso planeta, também acho que ainda há tempo de revertermos esse quadro,principalmente ensinando e servindo de exemplo a nossas crianças.
    Parabéns pelo post, você escreve muito bem!
    Beijuuus

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